Entre janeiro e março, as importações tiveram um crescimento trimestral de 18,65%, após quatro trimestres consecutivos de redução.
Em termos homólogos reduziram 6,71% fixando-se em 509,9 milhões de dólares (473 milhões de euros) contra os 546,6 milhões de dólares (508 milhões de euros) de 2024, salienta a análise semanal do banco comercial angolano, datada de 10 de junho de 2024 e consultada hoje pela Lusa.
Joyce Domingos, coordenadora desta análise do Banco Millennium Atlântico (BMA), justificou o aumento trimestral das importações de produtos alimentares aludindo à estratégia do Governo angolano para a segurança alimentar.
“O destaque a nível das importações tem sido para os bens alimentares da cesta básica e prioritários”, salientou em declarações à Lusa.
O BMA destacou também que a importação de bens alimentares da cesta básica e prioritários, ao abrigo do Programa de Apoio, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi), se situou em 360,48 milhões de dólares (335 milhões de dólares) no primeiro trimestre de 2024.
Essas importações representaram um crescimento trimestral e homólogo de 19,55% e 6,26%, respetivamente, refere o banco.
O aumento homólogo foi justificado pela subida em alguns produtos que constam da cesta básica, com destaque para as importações de carapau que dispararam de 7,61 milhões de dólares (7 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2023 para 281,45 milhões de dólares (261 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2024.
As importações do açúcar passaram de 12,75 milhões de dólares (11 milhões de euros) para 54,35 milhões de dólares (50 milhões de euros) e o grão de milho passou de 1,80 milhões de dólares (1,6 milhões de euros) para 7,05 milhões de dólares (6,5 milhões de euros), registando-se também incrementos significativos nas importações de óleo alimentar, arroz e cebola.
De acordo com esta análise, o arroz (24,34%) ocupou o maior peso do total das importações de bens alimentares nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2024 com mais 10,58 pontos percentuais, seguido da carne de frango, açúcar, óleo alimentar e óleo de palma.
Apesar do aumento nas importações de arroz, por ser considerado um dos produtos mais consumidos a nível nacional, fazendo parte do top 10 dos produtos mais importados no País, “regista-se ainda um défice significativo entre o consumo e a oferta”.
A análise salienta ainda que, em 2023, a produção do arroz fixou-se em 36 mil toneladas, enquanto a necessidade de consumo fixou-se em 528 mil toneladas, quase 15 vezes mais - sendo necessário recorrer à importação deste bem alimentar.
No primeiro trimestre de 2024, as importações de arroz fixaram-se em 95,68 mil toneladas, o que cobre apenas 18% do consumo de arroz previsto para 2024.