“A forma de lidar com a subida da inflação clássica é subir os juros, se a inflação está a subir o que eu espero é que haja uma subida das taxas de juro”, disse o economista em declarações à Lusa, comentando a próxima reunião de Comité de Política Monetária (CPM) do BNA.
Para Rosado de Carvalho, as reuniões de política monetária, estando a próxima agendada para quinta e sexta-feira na província angolana do Cuanza Sul, são para sinalizar as tendências da taxa BNA e da política monetária.
“Neste caso, o sinal só pode ser restritivo, ou seja, manter ou subir a taxa BNA”, defendeu o economista angolano.
O CPM do BNA realiza nos dias 14 e 15 de setembro a sua 113ª reunião ordinária na cidade do Sumbe, capital da província do Cuanza Sul, encontro que pela segunda vez será presidido pelo novo governador do banco central, Tiago Dias.
Este órgão deliberou, na reunião de julho passado, manter inalterada a taxa BNA em 17%, aumentar a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez para 17,5% e manter a taxa de juro de facilidade permanente de absorção de liquidez em 13,5%.
A inflação em Angola manteve em agosto a trajetória ascendente iniciada em maio, acelerando para 13,54% em termos homólogos e 2,04% em termos mensais, sobretudo devido à subida dos preços nas rubricas da educação, alimentos e transportes.
O Instituto Nacional de Estatística, em dados oficiais consultados na terça-feira pela Lusa, dá destaque ao incremento da variação homóloga que se situou em 13,54%, quase no limite máximo da meta para 2023, já revista em alta pelo BNA, que apontou para um intervalo entre 12 e 14%.
Hoje, Carlos Rosado de Carvalho olhando para o atual nível de inflação no país, criticou o BNA considerando que este órgão “andou a fazer política monetária sobre alguma coisa que não existia”.
“Foi pensando que a inflação estava controlada quando não estava absolutamente controlada, ou seja, o BNA andou a dar sinais diferentes da realidade dizendo que a inflação estava controlada quando de facto não estava”, apontou.
“Creio de deveria subir a taxa básica, mas no mínimo tem de manter e se mantiver tem que dar algum sinal de que a tendência ou os próximos passos se a situação se mantiver é de subida”, insistiu o também jornalista.
Em relação às taxas vigentes desde julho passado, o BNA sustentou, na ocasião, que a decisão se sustentava no ressurgimento das pressões inflacionistas devido as alterações registadas no quadro macroeconómico com destaque para a redução das receitas de exportação e a consequente depreciação cambial.