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Terça, 06 Junho 2023 12:22

Angola vai pagar dívida para “tranquilizar” investidores

João Lourenço diz que existe "capital não mensurável" que dá vantagem aos empresários que querem apostar em Angola. O facto de não haver "irritantes" permite aos dois países estarem "plenamente focados no potencial" que podem atingir, acrescenta António Costa.

Portugal tem perdido espaço na cooperação militar com Angola, mas esta é apenas uma circunstância num mar de oportunidades, a julgar pelas palavras do Presidente de angolano. "Este é um assunto que tem merecido a nossa atenção e que procuraremos resolver cabalmente tão cedo quanto possível, para tranquilizar esses homens e mulheres portugueses que apostaram no mercado angolano e com os quais contamos para outros desafios em termos de negócios e de investimentos na economia angolana", declarou João Lourenço.

As palavras do chefe de Estado foram proferidas ontem em Luanda, no decurso da visita do primeiro-ministro português, António Costa, ao país. Tanto de um lado como do outro, as relações bilaterais são classificadas como "excelentes", e, por isso, é preciso agir em conformidade.

"Esta circunstância obriga-nos a olhar para o futuro do relaciona mento bilateral com uma ambição renovada e a conseguir fazer mais e melhor nos vários domínios da cooperação. A ausência de irritantes permite-nos estar plenamente focados no potencial que podemos atingir", afirmou António Costa, numa entrevista ao Jornal de Angola publicada na segunda feira.

Os três contratos de financiamento ontem assinados permitirão a construção, por empresas portuguesas, de infraestruturas prioritárias para o governo angolano, contribuindo para dinamizar a economia e promover as exportações num montante superior a 600 milhões de euros.

Lourenço identifica setores

João Lourenço diz que os empresários portugueses "se podem habilitar" aos processos de privatização de ativos do Estado angolano e identificou as áreas em que gostaria de ver mais investimento dos empresários nacionais, "“agronegócio, hotelaria, turismo, construção civil ou comércio, indústria textil ou calçado".

Portugal enfrenta uma concorrência cada vez mais forte no mercado angolano, não só de países europeus como a Espanha, França ou Alemanha, mas também dos Esta- dos Unidos, China e países do Médio Oriente. Ainda assim, o presidente de Angola assegura que existe um lugar especial para as empresas nacionais. "Os investidores privados portugueses têm, em relação aos demais, a vantagem da língua comum, um cruzamento entre famílias e um vasto conheci- mento da nossa cultura, dos nossos hábitos e costumes. Esse é um capital que não é mensurável e que não deve ser desperdiçado", declarou Lourenço.

António Costa tem outra narrativa para descrever a mesma realidade. As empresas portuguesas "nunca deixaram Angola, mesmo nos momentos mais difíceis, e es- tão aptas para investir em novas áreas na economia angolana, como a agroalimentar, energias renováveis, economia azul, pescas, turismo e outras que Angola defina como prioritárias".

Esta terça-feira, último dia de visita, António Costa vai à sede da Caixa Geral Angola (a CGD detém a maioria do capital social com 51%), à Fortaleza de São Francisco do Penedo (obra de valor histórico a cargo da Mota-Engil) e à Es- cola Portuguesa de Luanda. De- pois, o primeiro-ministro parte para a África do Sul, onde se juntará a Marcelo Rebelo de Sousa, para celebrarem com a comunidade lusa radicada neste país o Dia de Portugal. *com LUSA

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