Por volta das 13h15, o barril do tipo Brent subia 5,77%, negociado a US$ 111,03, enquanto que o WTI subia 5,51%, a 109,11. Mais cedo, o Brent atingindo US$ 113,02 - o maior pico desde 2014, enquanto que o WTI atingiu US$ 110,18, registrando a maior cotação desde 2013.
Os dois principais indicadores de preços de petróleo estão em alta desde que a Rússia - terceiro maior produtor de petróleo do mundo - invadiu a Ucrânia na semana passada, desencadeando uma série de sanções contra Moscou, o que bloqueia as exportações.
Na véspera, o barril do Brent fechou em alta de 7,14%, a US$ 104,97, enquanto o barril do WTI ficou em US$ 103,41, alta de 8,03%, após subir mais de 11% durante o dia.
"Enquanto a situação se intensifica na Ucrânia, os preços continuarão subindo, porque aumenta a probabilidade de que as exportações russas sejam sancionadas e se tornem inacessíveis", avaliou John Kilduff, da Again Capital.
Os operadores de petróleo bruto mantêm a atenção em uma reunião que acontece hoje entre os países produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Seu dez parceiros adicionais (Opep+), entre eles a Rússia, também participarão para discutir um eventual aumento na produção.
A disparada do petróleo coloca mais pressão sobre os preços dos combustíveis no Brasil. Desde 2016, a Petrobras passou a adotar para suas refinarias uma política de preços que se orienta pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio. O último reajuste foi anunciado em 11 de janeiro. Na semana passada, a estatal disse que iria monitorar impacto de invasão à Ucrânia para petróleo antes de decidir sobre reajustes.
Rublo em baixa recorde
O rublo caiu para uma baixa recorde em Moscou de 110 por dólar nesta quarta-feira e o mercado de ações permanece fechado enquanto o sistema financeiro da Rússia cambaleava sob o peso das sanções ocidentais.
A moeda russa já perdeu cerca de um terço de seu valor em relação ao dólar desde o início do ano. Fora da Rússia, o rublo era negociado a 115 por dólar, no terceiro dia de queda, destaca a Reuters.
Impacto das sanções
"O mundo dos negócios constrói uma fortaleza para isolar a Rússia da comunidade internacional", apontou Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown. Empresas de todo o mundo respondem à Rússia "congelando as transações com Moscou e abandonando investimentos que valem bilhões", ressaltou.
A francesa TotalEnergies anunciou nesta terça-feira que "não investirá mais capital em novos projetos na Rússia". A transportadora francesa CMA CGM anunciou a suspensão de novos pedidos envolvendo os portos russos, seguindo suas principais concorrentes, Maersk e MSC.
Isso poderia gerar "uma perturbação nos envios provenientes da Rússia, com cancelamentos de reservas de carga". Em consequência, provocaria um aumento dos preços da energia "a curto prazo, sem que a Rússia feche a torneira", ressaltou Susannah.
Os países ocidentais também decidiram excluir grandes bancos russos da plataforma interbancária Swift. Uma parte considerável do transporte marítimo de petróleo é financiada a crédito.
Moscou prepara um decreto para tentar conter o sangramento de investimentos estrangeiros. "O temor de que a Rússia responda usando suas exportações de energia como arma mantém os preços do petróleo e do gás elevados", acrescentou Susannah. AFP