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Sexta, 20 Junho 2014 07:58

Ex-ministro da Educação, António Burity da Silva é novo sócio da Saer

Empresa controlada por José Poças Esteves e Murteira Nabo ganha novos sócios e aposta na internacionalização.

A Saer vai ter novos sócios e aumentar o seu capital, de modo a internacionalizar a actividade para Angola, Macau, Cabo Verde, Brasil e Moçambique. De acordo com José Poças Esteves, sócio-gerente da empresa de consultoria estratégica, os novos sócios são António Burity da Silva, ex-ministro da Educação de Angola e antigo representante da UNESCO neste país africano, e a Geocapital, detida por Jorge Ferro Ribeiro, que tem estado associado a Stanley Ho.

O montante do aumento de capital não foi revelado pela empresa, tendo Poças Esteves afirmado que, actualmente, é composto por 620.000 euros e que “irá aumentar a muito curto prazo”. Certo é que, de acordo com o empresário, tanto ele como Murteira Nabo ficarão sempre com uma posição maioritária (entre 50% e 60%) da empresa fundada por Ernâni Lopes, “enquanto os novos sócios nunca ficarão com mais de 10 a 20% cada”.

As mudanças ao nível dos accionistas poderão ainda contar com a entrada da brasileira da RC consultores (parceira da Saer neste país). A RC consultores é dona da SR Rating que, por sua vez fez, faz parte da ARC Ratings, que iniciou actividade no início deste ano e é composta pela Companhia Portuguesa de Rating (da Saer), pela CARE (Índia), pela GCR (África do Sul) e pela MARC (da Malásia).

De acordo com Poças Esteves, além do Brasil, onde já detém a parceria, a SaeR está agora “a entrar em Angola e em Cabo Verde e deverá iniciar rapidamente a sua actividade em Moçambique”. Ao mesmo tempo, explica que a empresa “está igualmente em Macau”, mas, neste caso, “com um posicionamento estratégico algo diferente, que reside na facto de este território ser encarado como a ligação do eixo Europa-África com a China”. No que diz respeito a Moçambique, Poças Esteves adianta que “ ainda decorrem negociações para o desenvolvimento do projecto local, bem como para a participação de entidades moçambicanas”, acrescentando que o processo estará finalizado ainda este ano.

Também neste caso, a empresa irá abrir o seu capital a um investidor de Moçambique. “O perfil dos sócios é o de serem oriundos de cada região, potenciando assim a implementação da experiência de 25 anos da Saer junto dos decisores locais”, esclarece o empresário. Questionado sobre qual será o primeiro resultado prático desta estratégia de internacionalização, este responsável refere que “há várias frentes de negociação e contactos” junto de decisores públicos e privados, destacando o apoio da empresa na reestruturação de um grupo privado “com várias actividades de desenvolvimento em Angola”.

Poças Esteves explica que “a redução de perspectivas dos mercados na Europa e em Portugal” e “o estádio de desenvolvimento dos países alvo”, com destaque para este último aspecto, foram as razões que levaram a empresa a considerar que tinha chegado o momento certo para avançar. Sobre os novos mercados, considera que “existe agora uma real necessidade de apoio às políticas económicas e às estratégias empresarias que pretendem aproveitar a abertura das economias e a sua internacionalização”.

A empresa aposta também na diversificação, envolvendo-se em operações de financiamento e de investimento. A ideia, diz Poças Esteves, é “capitalizar a rede de contactos”, e, com isso, aproximar empresa e investidores e assessorar as empresas no acesso a financiamentos e a fundos internacionais. As mudanças estão ocorrer também ao nível da gestão, com Diogo Gomes de Araújo, ex-presidente da Sofid, a assumir o cargo de director-executivo da SaeR.

Lusa

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