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Sábado, 03 Mai 2014 15:06

Contas da Unitel foram auditadas e aprovadas sem reservas

As contas Unitel, operadora de telecomunicações angolana da empresária Isabel dos Santos, «sempre foram preparadas e auditadas pelas grandes empresas internacionais de auditoria e aprovadas sem reservas», garantiu hoje à Lusa fonte oficial da empresa.

O semanário Expresso noticiou hoje que a Portugal Telecom (PT), que detém uma participação na operadora de 25% através da Africatel, levantou reservas a negócios entre a Unitel e a empresária angolana Isabel dos Santos.

Em causa está o pagamento de 155,7 milhões de dólares por serviços de gestão e empréstimos de centenas de milhões à empresa de Isabel dos Santos, num relatório recente, adianta o jornal.

Questionada pela Lusa sobre o assunto, fonte oficial da operadora angolana explicou que relativamente aos contratos de gestão, "estes são típicos e comuns em operadoras de telecomunicações e outras empresas, sendo que, no caso da Unitel, a própria PT teve um contrato de gestão pelo qual foi recebendo milhões de euros em 'fees' de gestão".

A Unitel garante que as suas contas têm sido aprovadas sem reservas e que "foram sempre aplicadas as melhores práticas e sempre se procedeu ao 'benchmark' com outras companhias da mesma indústria", acrescentando que "aplica os melhores princípios de 'governance' do padrão global".

Além disso, referiu a mesma fonte, as contas da operadora angolana "foram circuladas e apresentadas a todos os seus acionistas em dezembro de 2013, data bastante anterior ao relatório da PT de fevereiro do corrente ano, e os administradores da PT tomaram então conhecimento pormenorizado das contas da empresa sem que se manifestassem como agora o fizeram no processo de fusão [com a brasileira Oi] em curso".

Por outro lado, "o rápido crescimento da Unitel em Angola e a sua ambição internacional obrigaram a reestruturar a sua gestão e reorganizar o seu próprio grupo, como foi oportunamente anunciado, com os correspondentes movimentos financeiros".

Fonte oficial da Unitel apontou que em julho do ano passado "a PT reconheceu ter criado um grande desconforto junto dos restantes acionistas" da operadora angolana "ao atropelar os seus direitos e a sua vontade na transação com a Helios", um fundo nigeriano.

"Foi uma operação que se realizou, sublinhamos, contra a vontade expressa dos outros acionistas da Unitel", salientou a mesma fonte.

A 'holding' Africatel é detida pela PT e pelo fundo Helios.

"A PT preferiu, então, privilegiar uma relação com o fundo Helios, que tinha iniciado apenas em 2008, em lugar de dar prioridade à relação de longa data e de sucesso que já mantinha com os seus parceiros angolanos", apontou a fonte oficial, que sublinhou que "a Unitel sempre foi, é e continuará a ser uma companhia de excelência e de performance graças ao equilíbrio e respeito mútuo entre os seus vários acionistas e à sua visão comum e partilhada do negócio".

A Unitel salientou que "hoje em dia, como é público, a prioridade da PT é o Brasil" e desse projeto a operadora angolana "não é parte" incluída.

"Ora, a Unitel possui a sua própria visão de se internacionalizar, tendo já executado com êxito duas operações noutros mercados e estando a analisar a aquisição de outras cinco operadoras móveis", concluiu a mesma fonte.

Lusa

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