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Quarta, 31 Julho 2019 09:19

Setor petrolífero de Angola abranda recessão e pode crescer ainda este ano – BFA

O gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA) considera que as quedas no setor petrolífero deverão abrandar no segundo semestre e antevê a possibilidade de um crescimento desta atividade económica ainda este ano.

“A nossa expetativa é de que o setor petrolífero continue a observar quebras, ainda que mais suaves, com um possível retorno ao crescimento no último trimestre do ano”, lê-se numa nota sobre o relatório relativo às Contas Nacionais Trimestrais dos primeiros três meses deste ano.

A análise, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, vinca que a variação negativa de 0,4% registada no primeiro trimestre “é fundamentalmente devido à diminuição do volume de produção petrolífera” e nota que, “por outro lado, a economia não-petrolífera terá tido uma performance positiva (2,9% face ao homólogo), apesar da quebra no setor do Comércio, que mais contribui para o PIB além dos hidrocarbonetos”.

No ano passado, segundo o INE, o PIB petrolífero registou crescimentos negativos de 7% no primeiro trimestre, 9,5% no segundo, 11,6% no terceiro e de 9,6% nos últimos três meses do ano passado, voltando a cair 6,9% de janeiro a março deste ano”.

O setor não petrolífero, adiantam, “poderá manter o mesmo ritmo ou voltar a abrandar no segundo trimestre, podendo retomar algum crescimento mais significativo impulsionado pelo setor energético e pela Construção na segunda metade do ano, que deverá beneficiar do início de alguns projetos de investimento”.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola reviu para melhor o crescimento negativo da economia que se verificou no ano passado, que passou de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,2%.

De acordo com o documento sobre as Contas Nacionais Trimestrais relativas aos primeiros três meses deste ano, a economia angolana teve crescimentos negativos de 2,5% de janeiro a março de 2018, de 3,8% no segundo trimestre, de 1,3% no terceiro trimestre e entrou em território positivo nos últimos três meses do ano, em que registou uma expansão económica de 2,6%.

Nos primeiros três meses deste ano, a economia angolana voltou a ‘entrar no vermelho’, registando uma contração da atividade económica que o INE estima ter sido de 0,4%, o que terá levado o executivo a rever, logo em abril, a perspetiva de crescimento, de 3,2%, para 0,4% no conjunto de 2019.

“Os dados anteriores sofreram uma revisão significativa, revelando uma quebra mais ligeira da economia angolana em 2018 (-1,2%, face aos -1,7% inicialmente previstos)”, dizem os analistas, elencando que “os dados foram revistos em alta para o segundo, terceiro e quarto trimestres, com uma quebra homóloga de 3,8% de abril a junho (-5,1% antes), uma quebra de 1,3% no terceiro trimestre de 2018 (-1,6% antes.) e um crescimento de 2,6% no quarto trimestre de 2018 (2,2% antes)”.

Foram vários os setores cujo crescimento foi revisto, mas o BFA salienta “em particular a Indústria Transformadora, que terá observado um crescimento de 4,6% em 2018, ao contrário da estagnação anteriormente estimada (-0,1%)”.

O crescimento negativo do primeiro trimestre está em linha com as previsões dos analistas, que têm, nas últimas semanas, revisto em baixa a previsão de andamento da economia, havendo quem anteveja uma nova recessão para o conjunto do ano, como a Capital Economics e a Economist Intelligence Unit, ou uma estagnação, como a FocusEconomics.

Em abril deste ano, o Governo angolano reviu em baixa a estimativa de crescimento, de 3,2% este ano esperados no final do ano passado, quando assinou o programa de financiamento com o Fundo Monetário Internacional, para 0,4%.

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