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Segunda, 01 Julho 2019 12:34

Acionistas da Unitel estão dispostos a vender participações, diz Financial Times

De acordo com especialistas, a Unitel está avaliada em dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros). No ano passado, a empresa contou com 10,4 milhões de assinantes e com receitas de 958 milhões de dólares (845 milhões de euros) de lucro.

Os principais acionistas da operadora móvel Unitel, de Angola, afirmaram estar dispostos a vender participações na empresa, anunciou o ‘Financial Times’. Esta alteração iria provocar uma abertura na economia angolana, uma das mais importantes de África, atendendo a que há interessados como a MTN da África do Sul, a Orange francesa e a Vodafone do Reino Unido – que já manifestaram a vários órgãos noticiosos os seus interesses em expandir o negócio para Angola.

A Unitel tem mantido o universo acionista circunscrito aos grupos angolanos historicamente relacionados com a petrolífera Sonangol, operadora estatal de petróleo e gás de Angola, que já prometeu alienar ativos não essenciais.

João Lourenço, que se tornou presidente de Angola em setembro de 2017, prometeu revitalizar o crescimento e aumentar o investimento estrangeiro no segundo maior produtor de petróleo da África, revertendo então a situação política associada a José Eduardo dos Santos, que governou o país por 38 anos.

Isabel dos Santos detém mais de um quarto da Unitel e faz parte do conselho da empresa. A mulher mais rica de Angola revelou ao ‘Financial Times’ que está disposta a ver a empresa numa lista “para atrair investimento global”.

De acordo com especialistas, a Unitel está avaliada em dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros). No ano passado, a empresa contou com 10,4 milhões de assinantes e com receitas de 958 milhões de dólares (845 milhões de euros) de lucro.

Outra participação de 25% na empresa é detida por Leopoldino do Nascimento, um conhecido general e empresário. Trata-se do antigo chefe do serviço de segurança do Presidente da República, quando José Eduardo dos Santos ainda governava Angola.

Os especialistas do setor das telecomunicações dizem que por causa das reformas estruturais do governo, um dos quatro acionistas da Unitel pode vender a sua participação. A brasileira ‘Oi’ possui 25% da Unitel, mas como a reestruturação da empresa está a ser supervisionada pelo tribunal, os especialistas dizem que esta pode estar interessada em levantar o dinheiro investido na telecom angolana.

“Quando estas questões legais forem resolvidas, acredito que a Unitel seria a candidata certa para uma listagem numa bolsa de valores internacional”, disse Isabel dos Santos. A filha de José Eduardo dos Santos disse ainda ao ‘FT’ que os mercados de capitais locais não tinham profundidade para absorver uma flutuação na bolsa angolana.

O grupo de comunicações controla cerca de 90% do mercado móvel de Angola e usa um modelo pré-pago que o protege de contas não pagas. No entanto, a empresária sublinhou que as margens caíram substancialmente como resultado de uma desvalorização do kwanza no ano passado e da prolongada recessão de Angola.

João Miguel Brandão, advogado, mostrou-se cético em relação a uma venda da empresa. “Eu não acho que a Sonangol vai vender sua participação porque a Unitel é uma cash cow“, disse. Jornal Economico

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