A decisão, devidamente ponderada, foi tomada em sessão do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço.
"Sentimos que neste momento Angola não ganha nada mantendo-se na organização e, em defesa dos seus interesses, decidiu sair", referiu.
Realçou que o país sempre cumpriu com as suas obrigações e lutou o tempo todo para ver a OPEP se modernizar, ajudar os seus membros a obter vantagens.
Em declarações à Imprensa, o ministro esclareceu que "quando estamos nas organizações e as nossas contribuições, as nossas ideias, não produzem qualquer efeito, o melhor é retirar-se".
A decisão de Angola de abandonar a OPEP foi já, está quinta-feira, transformada em decreto lei, assinado pelo Presidente da República, João Lourenço.
No início deste mês, o representante de Angola na OPEP, Estevão Pedro, rejeitou a quota de produção petrolífera atribuída pelo cartel, que previa uma redução, e que Angola iria manter a meta de 1 180 mil barris por dia para 2024.
No final da 36.ª reunião ministerial desta organização de 23 países, em que foram deliberadas as quotas de produção para os seus membros a partir de 01 de Janeiro de 2024, Estevão Pedro disse que “Angola não concordava” com a decisão.
“Nós já tínhamos apresentado os nossos dados, tendo em conta as capacidades do país, mas, entretanto, a decisão [da OPEP+] foi contra a quantidade que nós prevíamos”, sublinhou.
A OPEP+ apresentou uma meta de 1.110 mil barris/dia, enquanto Angola quer produzir mais 70 mil barris. Segundo o responsável, durante a reunião, Angola reafirmou a sua posição, mas ao contrário da unanimidade que tem sido habitual, a OPEP decidiu uma quota na qual Angola não se revê.
“Não nos revemos no 1.110 mil de barris/dia que é refletido no documento [comunicado da OPEP] e continuamos com a nossa proposta que é de 1 180 mil barris/dia. Este montante é o que faremos o esforço de produzir durante o ano de 2024”, reforçou.
Angola aderiu voluntariamente a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em 2006.
A OPEP é uma organização intergovernamental de 13 nações, fundada em 15 de Setembro de 1960 em Bagdad pelos cinco membros fundadores (irão, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela).
Tem a sua sede, desde 1965, em Viena, Áustria, e em Setembro de 2018, os 14 países membros representavam 44% da produção global de petróleo e 81,5% das reservas comprovadas do mundo.
A OPEP goza de uma grande influência nos preços globais de petróleo, previamente determinados pelos chamados agrupamento "Sete irmãs" de empresas multinacionais de petróleo.
Exportação do petróleo representa 47% no PIB de Angola.