Foi pensando nisso que decidiu contribuir para que as futuras gerações tenham uma postura diferenciada da actual. “O grande objectivo é fazer com que as futuras gerações percebam e não cometam os mesmos erros que temos cometido actualmente, a fim de preservarem as nossas raízes e defendê-la com unhas e dentes”, sustentou.
Uma das razões que fez com que adoptasse o Jazz clássico, revelou o músico, tem a ver com a sua infância. “Quando era menino, reunia-me com os mais velhos do bairro ao som da guitarra, ouvindo canções que enriqueceram o meu lado artístico e que traduziam fielmente a riqueza linguística, cultural e social do nosso povo”, lembrou.
Essas vivências, como descreve, o transformaram no artista que é hoje, cantando melodias que imortalizam os hábitos e costumes dos nossos ancestrais, como mostra nas faixas “Copo de Sal” e “Pés doridos”, já disponibilizadas nas plataformas digitais. Mas, além disso, confessou, que as músicas de Teta Lando, Rui Mingas, André Mingas, Liceu Vieira Dias, Filipe Mukenga, Carlitos Vieira Dias, Waldemar Bastos, Carlos Lopes e Paulo Flores, mudaram completamente a sua cosmovisão artística.
Além de resgatar as nossas tradições e os valores culturais, o jovem artista afirma que esses elementos fazem toda a diferença na vida de um povo. “O Sul do país um celeiro musical, razão pela qual estamos ressuscitando esta herança cultural que tinha sido guardada e mostrar ao mundo a cultura nacional, em particular, da Região Sul, numa dialéctica acessível à todos”, rematou.
Nascido no Lobito, província de Benguela, o cantor, compositor e produtor musical, Enoque Lúcio, é formado em ciências farmacêuticas. Começou o seu percurso musical na igreja cantando no Coro Infantil, tendo criado vários grupos vocais, entre os quais "Quarteto Heróis da Fé", "Solos da Marcel Gospel" e o "Vocal Eyulo". Em 2011, lança-se para uma carreira a solo, dois anos depois apresentou o single “Refúgio Seguro”, em 2013 e o lançamento do CD “Solos da Marcel Gospel”.