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Sábado, 21 Mai 2016 10:46

Autóctones queixam-se de expropriação de terras por empresários

De um tempo a esta parte as comunidades rurais do sul de Angola, fundamentalmente das províncias do Cunene e Namibe, têm manifestado preocupações face a onda de expropriação de terras por indivíduos com algum poderio económico.

Dom Dionísio Hisilenapo, bispo da diocese do Namibe, alerta para a forma como alguns homens de negócio estão a ocupar terras no Sul do país, expulsando as comunidades rurais, sobretudo das províncias do Cunene e Namibe.

"Quarenta anos depois da Independência, sair da boca dos mais velhos "parece que o colono voltou, estão a correr connosco pela segunda vez", é forte", sublinha Dom Dionísio Hisilenapo, reproduzindo as queixas que ouve das populações rurais do Sul, sobre a expropriação de terrenos.

O problema, segundo reportou o bispo à Rádio Vaticano, "é o modo como [os empresários] açambarcam as terras, e como dialogam com os povos autóctones", que, apesar de "simples, iletrados e humildes", conseguem reflectir em termos que recuam à luta pela Independência.

"Dizem que o colono voltou, mas não é branco. Isso deveria levar a que as pessoas repensassem" a situação, defende o religioso.

Para além de relatos de expropriações indevidas de terras, as queixas da população, sobretudo do Cunene e Namibe, envolvem acusações de violência física e abuso de poder.

E o padre Pio Wakussanga, pároco da comunidade de Nossa Senhora de Fátima dos Gambos, província da Huila, disse que o processo negocial entre os supostos empresários, até aqui não identificados, e os nativos é coroado de muitas injustiças.

Em reacção o Director Nacional da Administração Local do Estado angolano, Belisário dos Santos, disse que as terras em conflito são áreas identificadas pelo governo para a implementação de projectos ligados à produção alimentar no âmbito da diversificação da economia e o problema deve ser resolvido com justiça e à luz da lei.

Os nativos do sul de Angola são fundamentalmente pastores de gado, daí a preocupação com a zona de pastorícia.

De Luanda para a Rádio Vaticano, Anastácio Sasembele, paz e bem.   

© Radio Vaticana

 

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