A decisão do BdP estende-se a outros gestores do BIC, controlado pela empresária angolana.
O “SOL” já tinha avançado que o Banco Central Europeu (BCE) estava com reticências quanto ao papel crescente de Isabel dos Santos no sistema financeiro português. Quando se colocou a hipótese de a empresária sair do BPI e investir no BCP, o BCE deixou claro junto das autoridades portuguesas e do BdP que não iria permitir que Isabel dos Santos ou a empresa angolana Sonangol (que atualmente detém 17,8% do capital do BCP) viessem a ter uma posição de controlo de gestão ou de acionista de referência do BCP.
Segundo explicou o “SOL”, estes investidores angolanos estão classificados na lista do BCE como “pessoas politicamente expostas” (PEP na sigla europeia), estatuto que obriga os supervisores europeus, incluindo o BdP, a limitar o grau e o alcance das suas atividades em nome do combate ao branqueamento de capitais e, enquanto acionistas de risco, por serem vulneráveis a oscilações políticas com repercussões no domínio financeiro em casos de emergência.
Na Europa, a vigilância sobre as PEP é cada vez mais forte. Em fevereiro, depois do anúncio da compra da Efacec por Isabel dos Santos, a comissária europeia da Justiça, Vera Jourová, pediu às autoridades portuguesas para verificarem se as regras de prevenção de lavagem de dinheiro tinham sido cumpridas na operação.
Ionline