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Sexta, 16 Outubro 2015 09:25

Empresário Brasileiro nega influência de Lula sobre negócios em Angola

O empresário Taiguara Rodrigues dos Santos – sobrinho da primeira mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e proprietário da Exergia Brasil – disse que não tem amizade com Lula e nunca frequentou a casa do político. Ele depôs hoje (15), como testemunha, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Santos foi convidado para falar sobre a contratação de sua empresa de engenharia pela Odebrecht para construção da Hidrelétrica de Cambambe, em Angola. “O único contato que tenho (com Lula) é esse vínculo com o passado”, afirmou aos parlamentares.

Os parlamentares fizeram o convite para que o empresário falasse sobre as suspeitas de que Lula teria intermediado negociações para favorecer a empresa de Santos. A obra, financiada pelo BNDES, teve custo de quase US$ 500 milhões. O empresário confirmou que seu pai, Jacinto Ribeiro dos Santos, foi muito amigo do ex-presidente, mas acrescentou que pessoalmente é amigo apenas do filho do ex-presidente, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.

Santos disse foi para Angola pela primeira vez, em 2007, para participar de um negócio de fornecimento de peças para conserto de ônibus e caminhões no país, mas o contrato não deu certo. O empresário continuou buscando outras oportunidades na região e, em 2009, abriu a Exergia para atuar na Angola. Segundo ele, sua participação em mais de 48% das ações não foi garantida com recursos financeiros, mas apenas com trabalho de captação de contratos.

O empresário afirmou ao colegiado não ter recebido propina e disse que não recebeu qualquer ajuda de Lula ou de Lulinha para fechar esse contrato com a Odebrecht.

O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva depôs hoje voluntariamente no Ministério Público Federal brasileiro, no Distrito Federal, sobre o inquérito que investiga suposto tráfico de influência em viagens ao estrangeiro.

Lula da Silva esteve com o Procurador da República Ivan Cláudio Marx e argumentou que "os Presidentes e ex-Presidentes do mundo inteiro defendem as empresas de seus países no exterior. Afirmou também que para ele isso é motivo de orgulho", divulgou o Instituto Lula, em nota.

O ex-Presidente brasileiro é investigado desde julho por supostamente favorecer a construtora Odebrecht na obtenção de contratos durante viagens para África e América Latina, entre 2011 e 2014, quando já não era chefe de Governo.

Lula da Silva também afirmou ao procurador que "todas as suas palestras feitas estão declaradas e contabilizadas, com os devidos impostos pagos, e que jamais interferiu na autonomia do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social] e nas decisões do banco sobre concessões de empréstimos", citado pelo instituto.

Ainda de acordo com a nota, o ex-Presidente político disse que "sempre procurou ampliar as oportunidades de divulgação de companhias no exterior, com vistas à geração de empregos e divisas para o Brasil" e que "quem desconfia do BNDES não tem noção da seriedade da instituição".

Há uma comissão parlamentar de inquérito no Legislativo brasileiro que investiga os empréstimos do BNDES a empresas.

Lula da Silva poderá voltar a dar explicações ao Ministério Público Federal voluntariamente ou caso convocado.

O ex-Presidente também deverá ser ouvido pela Polícia Federal brasileira sobre os casos de corrupção na Petrobras que envolvem empresários e políticos, inclusive seu antigo ministro da Casa Civil, José Dirceu, que já foi condenado no julgamento do chamado caso Mensalão, o escândalo de compra de votos de parlamentares.

Agencia de Estado

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