Numa entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), João Lourenço referiu-se muito concretamente a uma audiência que concedeu ao general na reforma Higino Carneiro.
"Fala se muito de uma audiência que eu concedi ha dias, na sede do MPLA, entre muitas que são concedidas a várias entidades, e em relação à maioria das quais não publicitamos", referiu
Neste sentido, disse, "ficámos, por vezes, sem entender a razão de todo este barulho a volta de mais uma audiência, a pedido da pessoa em causa".
Acrescentou que por sinal, dias antes terá recebido o antigo Secretáno Geral do partido, Boavida Neto, mas ninguém publicou ou veio a público considerá-lo como algo de extraordinário
"Dal ficaremos bastante perplexos quando se diz que o Presidente reuniu-se com uma pessoa, quando de facto foi uma audiência" acrescentou
Disse ainda que ela foi testemunhada por três (3) membros do Bureau Politico do partido, facto também omitido
Neste contexto, o Presidente João Lourenço defendeu que quer se passar a ideia de que durante a audiência houve um entendimento de que o general Higino Carneiro tem luz verde para começar a corrida.
"Eu quero dizer, de uma forma muito clara, que isso não é verdade", salientou.
A titulo explicativo, usou comparativamente a figura de um atleta que já agora começa a correr a prova de São Silvestre para chegar a meta no dia 31 de Dezembro, o que todos dinam que iniciou a prova muito cedo
Nestas condições, argumentou, "provavelmente não chega là ou vai chegar mais morto do que vivo e em desvantagem em relação a outros, por ter dado início à corrida muito cedo".
Dai que enquanto Presente do partido, e o próprio partido, não apoiar ninguém, "absolutamente ninguém"
"É um partido que tem democracia interna, e por ter democracia interna, é adverso aqueles que se apresentam como sendo especiais, como sendo supermilitantes, supergenerais, sobretudo quando, na realidade, se venha constatar que não são nada disso, argumentou
Aprofundou que é fácil ir-se à história de cada um e a refazer a cronologia de tudo quanto essa pessoa lez, de bom e de mau, ao longo do tempo.
*Isso é fácill É a coisa mais fácil. E muitos de nós ainda estamos aqui, ainda estamos vivos. Sabemos o que cada um fez sublinhou João Lourenço
Portanto, prosseguiu, quando aparece um militante, que se apresenta como supermilitante, supergeneral, predestinado a ser Presidente da República, é algo que "a gente considera muito grave. Porque aqueles que andam a dizer que não há democracia interna no MPLA deviam entender que o apresentar-se como predestinado é que é matar a democracia interna no MPLA.
Justiça tem estado à altura do combate à corrupção
A justiça angolana tem estado à altura do combate à corrupção no pais, declarou esta segunda-feira, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço.
O Titular do Poder Executivo enfatizou que o Estado angolano tem conseguido recuperar muitos activos financeiros e fisicos, para quem no curto espaço de tempo que estão envolvidos nessa luta fizeram o que foi possível
Disse haver muito activo identificado como ilícito, ou seja, ganho de forma ilícita por se recuperar, sublinhando que a justiça angolana, bem ou mal, "tem estado à altura deste combate"
João Lourenço reconheceu, entretanto, que em termos de recuperação de activos que se encontram no exterior nem sempre têm sidos bem sucedidos.
"Paradoxalmente, os mesmos que nos encorajam a lutar contra a corrupção quando os nossos tribunais julgam e condenam alguém e determinam que os bens desse alguém, quer estejam dentro do país quer fora, devem reverter a favor do Estado, e essa determinação é feita pela sentença em julgado, muitas vezes com recurso ao Tribunal Constitucional e o recurso confirmado pelo Tribunal Constitucional, essas entidades acabam por arranjar subterfúgio para nos devolver esses activos que pertencem ao povo angolano", lamentou
Exemplificou que o Estado angolano está a enfrentar uma situação muito concreta de um caso de avultadas somas recuperadas de um cidadão angolano, por via da sentença de um tribunal angolano e que o país europeu aonde esses activos estão domiciliados julga-se no direito de realizar também uma espécie de julgamento para confirmar ou não a sentença do tribunal angolano
"Portanto, isso é inaceitável, inadmissível, não se pode pôr em causa a idoneidade das sentenças dos nossos tribunais, os nossos tribunais não são instituições políticas, são tribunais e, como tal as sentenças dos tribunais são simplesmente para serem cumpridas", salientou.