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Quinta, 09 Mai 2019 21:32

Taxas de câmbio em Angola "estabilizaram" e isso beneficia o país - FMI

O representante residente do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Angola, Max Alier, afirmou hoje que as taxas de câmbio da moeda angolana face ao euro e ao dólar "praticamente estabilizaram", salientando ser importante que se mantenham "flexíveis".

Em declarações à agência Lusa à margem de uma conferência sobre desenvolvimento regional, em Luanda, Max Alier salientou que, numa economia como a de Angola, a estabilização das taxas de câmbio "beneficia com um câmbio flexível", uma vez que permite "um ajustamento razoável" entre o mercado oficial e o paralelo.

"Na nossa visão, uma economia como a angolana beneficia tendo um câmbio flexível. Isso permite um ajustamento razoável. Se o câmbio está fixo, não ajusta e começa a gerar problemas. É um câmbio oficial, sim, mas não tem dólares. Por isso, é melhor uma normalização no funcionamento do mercado", defendeu.

"Às vezes desvaloriza, outras valoriza. Há algumas semanas que observamos o câmbio para o dólar ou para o euro a subir e a descer. O câmbio atingiu praticamente um nível de estabilidade", acrescentou Max Alier.

Em causa está o facto de o kwanza estar há praticamente duas semanas a ultrapassar os mínimos históricos, com a depreciação da moeda angolana face ao euro e ao dólar próximo dos 50% em cerca de ano e meio.

Hoje, segundo dados do Banco Nacional de Angola (BNA), a moeda angolana voltou a bater os mínimos históricos face à europeia (365,785 kwanzas/euro) estabelecidos terça-feira, e mantém-se há dois dias no nível mais baixo dos últimos anos face à norte-americana (326,769 kwanzas/dólar).

Em janeiro de 2018, quando as autoridades de Luanda terminaram com a taxa de câmbio fixa e começaram a vender aos bancos comerciais as divisas em leilão, um euro equivalia a 185,400 kwanzas, enquanto um dólar era transacionado a 165,920 kwanzas.

No início de janeiro deste ano, um euro transacionava-se a 352,828 kwanzas enquanto um dólar se vendia a 310,158 kwanzas.

"No final de 2017, o kwanza estava sobrevalorizado e com desequilíbrios cambiais importantes. Havia uma diferença imensa entre o câmbio oficial e o paralelo, que era de 150%, muito grande, e uma fila no banco, com atrasados cambiais que eram uma coisa imensa", lembrou hoje à Lusa Max Alier.

"Era necessária uma desvalorização e ir limpando todos os desequilíbrios no mercado. E grande parte já foi feita. O kwanza depreciou-se, expressivamente, mas a diferença entre o mercado oficial e paralelo baixou para cerca de 30% e os atrasados cambiais praticamente já não existem", acrescentou.

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