A empresária angolana Isabel dos Santos alertou hoje que em Angola "a situação está a tornar-se cada vez mais tensa, com a possibilidade de se juntar à crise económica existente uma crise política profunda".
Numa série de mensagens divulgadas durante o dia na rede Twitter, a filha do ex-chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, exemplifica: "Greve nacional dos médicos com 90% de adesão, quebra do poder de compra em 170%, fome nas famílias apesar do petróleo em alta".
Em Angola a situação está a tornar-se cada vez mais tensa com a possibilidade de se juntar a crise econômica existente, uma crise política profunda. Greve nacional dos médico com 90% de adesão,quebra do poder de compra em 170%, fome nas famílias apesar do petróleo em alta.#angola
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) 21 de novembro de 2018
As mensagens divulgadas pela empresária surgem no mesmo dia em que o seu pai, José Eduardo dos Santos, fez uma declaração garantindo que não deixou os cofres públicos vazios, e poucos dias depois de o atual presidente, João Lourenço, ter criticado a forma como foi feita a passagem da pasta entre os dois chefes de Estado.
Uma entrevista sem precedentes, antigo Presidente angolano Eng.José Eduardo dos Santos,afirma que não deixou os “cofres vazios” e novo OGE2018 foi feito pela equipa do Presidente João Lourenço.15bilhões de dólares foi valor deixado em caixa.E 29bio$ foi receita 2018 da Sonangol
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) 21 de novembro de 2018
Na declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, feita pouco depois de o atual presidente levantar voo de Luanda rumo a Lisboa, para uma visita de Estado de três dias, José Eduardo dos Santos disse: "Não deixei os cofres do Estado vazios. Em setembro de 2017, na passagem de testemunho, deixei 15 mil milhões de dólares no Banco Nacional de Angola como reservas internacionais líquidas a cargo do um gestor que era o governador do BNA sob orientação do governo."
Para Angola é urgente desenhar um Plano de Saída da Crise. Deve ser a prioridade máxima do Executivo. Há fome e instabilidade. Com petróleo a preços elevados há receita suficiente em Angola para resolver a crise. O governo deve incluir a contribuição e apoio do setor privado.
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) 20 de novembro de 2018
Para Isabel dos Santos, esta foi "uma entrevista sem precedentes", escreveu no Twitter, acrescentando: "Antigo presidente angolano Eng. José Eduardo dos Santos, afirma que não deixou os 'cofres vazios' e novo OGE2018 foi feito pela equipa do presidente João Lourenço. 15 mil milhões de dólares foi valor deixado em caixa. E 29 mil milhões foi receita 2018 da Sonangol."
Para Angola é urgente desenhar um Plano de Saída da Crise. Deve ser a prioridade máxima do Executivo. Há fome e instabilidade. Com petróleo a preços elevados há receita suficiente em Angola para resolver a crise. O governo deve incluir a contribuição e apoio do setor privado.
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) 20 de novembro de 2018
João Lourenço sucedeu em setembro de 2017, após as eleições gerais de agosto, a José Eduardo dos Santos no cargo de presidente da República de Angola, funções que desempenhou entre 1979 e 2017.
Economia angolana mergulhada em recessão. OGE 2019 planeado com preço do barril a 68$, quando previsões para 2019 são 62$. Medidas intercalares do Executivo aplicadas em Março provaram ser desastrosas para economia. Angolanos perderam 170% do seu poder de compra.#angolacrise
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) 20 de novembro de 2018
Em novembro de 2017, João Lourenço exonerou Isabel dos Santos da presidência do conselho de administração da petrolífera estatal angolana Sonangol.