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Quarta, 24 Outubro 2018 15:33

Repatriamento de estrangeiros pode agravar desemprego na província da Lunda Norte - Populares

Populares do Dundo consideram que o repatriamento de cidadãos estrangeiros que exploravam ilegalmente diamantes na província angolana da Lunda Norte, no âmbito da "Operação Transparência", pode "agravar o fosso" de jovens angolanos desempregados na província.

A situação foi relatada por alguns jovens residentes na cidade do Dundo, capital daquela província, argumentando que, na operação que decorre há quase um mês em mais seis províncias, "muitas vezes os angolanos são confundidos com estrangeiros ilegais".

A operação, que teve início a 25 de setembro, decorre nas províncias angolanas da Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Bié, Malanje, Uíje e Zaire, segundo as autoridades, tem como fundamento o "combate à imigração e exploração ilegal de diamantes".

De acordo com Gastão Sebastião, estudante de 23 anos, na Lunda Norte, o processo está célere, mas por vezes os "angolanos são confundidos com estrangeiros", situação agravada pelo facto de fazerem "buscas sem prévia comunicação".

"Esse processo está célere, apesar de que, muitas vezes, têm confundido os estrangeiros com os angolanos. Batem à porta às 05:00 da manhã, em casas de muita gente, sem qualquer solicitação prévia para tal ", disse à Lusa.

A operação registou já o "repatriamento voluntário de mais de 380.000 cidadãos estrangeiros" e a apreensão de mais de um milhão de dólares, 17.000 quilates de diamantes, 51 armas de fogo e o encerramento de centenas de casas de compra e venda de diamantes e de 91 cooperativas.

Atento à operação está também o estudante Luís Movena, de 21 anos, que falou do aumento do índice de desemprego na província, pois, explicou, muitos jovens "ganhavam a vida a explorar diamantes juntamente com os estrangeiros".

"O desemprego também afeta muitos jovens aqui na província, tal como acontece pelo país. Com essa retirada dos estrangeiros que exploravam o nosso território de forma ilegal penso que muita gente está desempregada", afirmou.

E para o estudante universitário Afonso Seteco, 23 anos, a "Operação Transparência" decorre na normalidade: "está a ser boa e bem feita, não há confusão e nem briga com ninguém".

No sábado, o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente angolano, Pedro Sebastião, disse em conferência de imprensa que "são completamente falsas" as afirmações sobre "massacres, sevícias e violações" praticadas por autoridades ou populares a imigrantes ilegais.

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