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Quinta, 26 Julho 2018 15:06

Governo gasta US$ 200 milhões por ano para gerir resíduos sólidos em Luanda

O Governo angolano gasta anualmente mais de 200 milhões de dólares (170,9 milhões de euros) na gestão de resíduos sólidos em Luanda, capital de Angola, valor e investimento considerado "muito alto" pelo Secretário de Estado do Ambiente.

Joaquim Manuel falava hoje à imprensa à margem da apresentação pública do projeto legislativo que visa a cobrança de ecotaxas aos produtores e importadores de materiais não degradáveis, como plásticos, metais, elétricos, eletrónicos, pilhas, óleos, entre outros.

O governante angolano salientou que a gestão de um aterro sanitário em Angola varia entre os 10 a 20 milhões de dólares anuais, acrescentando que o país não tem agora capacidade, "nem nos próximos 15 anos", para que cada município tenha o seu aterro.

Segundo Joaquim Manuel, os esforços vão no sentido de que cada uma das 18 províncias que compõem o país tenha pelo menos um aterro sanitário.

"É muito dinheiro que podia ir para outras questões", disse Joaquim Manuel, acrescentando que a implementação e instituição da ecotaxa tem como objetivo a diminuição da produção de resíduos nas cidades e a gestão dos aterros.

"Porque os materiais biodegradáveis, ao invés de irem para os aterros, vão para os centros de reciclagem e reaproveitamento", disse.

O secretário de Estado do Ambiente avançou que está também em preparação outro diploma para o aproveitamento dos resíduos para a queima e produção de energia, para a reciclagem de plásticos e pneus, entre outros.

A previsão é de que, a partir de 2019, se dê início à valorização dos resíduos, destacou Joaquim Manuel, adiantando que estão em curso contactos com indústrias cimenteiras para a queima de resíduos para a produção de energia.

"Já temos contactos com várias empresas que produzem cimento, que querem os resíduos para a produção de energia. Conseguirão diminuir o investimento em combustíveis fósseis à volta dos 40%, o que nos ajudaria no descarte de resíduos", referiu.

De acordo com o dirigente angolano, o Estado pretende que o setor privado se encarregue da gestão dos aterros sanitários, sendo este o "grande objetivo do país".

"Vamos continuar nesse caminho, pois pensamos que o negócio da gestão dos resíduos sólidos seja passados aos privados. Por exemplo, a queima para a produção de energia e a reciclagem de alguns produtos. Que os privados tenham isso em conta como um negócio", enfatizou.

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