José Eduardo Agualusa recorda um ano de de processo, na data em que se assinala a detenção dos activistas.
“Nunca imaginei, mesmo nos meus períodos mais pessimistas, que esta prisão se prolongaria por tanto tempo e que estes jovens pudessem ser condenados a penas de prisão tão grandes. Ainda não compreendo qual é a lógica deste regime angolano ao fazer isso. É uma injustiça manifesta e evidente que tem provocado grande celeuma na sociedade angolana e inclusive dentro do próprio partido no poder”, analisa o escritor angolano.
Questionado sobre a possibilidade dos activistas serem libertados, o escritor afirma que é uma questão imprevisível e que depende apenas do Presidente angolano.
“Tudo é muito imprevisível. Espero que possam ser libertados rapidamente porque o próprio regime não ganha nada ao manter os jovens presos. Tudo isto é um absurdo do princípio ao fim. O que acontece é que ao longo deste ano a imagem do Presidente da República se degradou imensamente e a imagem do regime também", sublinha Agualusa.
Os activistas angolanos, envolvidos no processo 15+2 foram detidos a 20 de Junho, em Luanda. Foram acusados formalmente pelo Ministério Público pelos actos preparatórios para uma rebelião e atentado contra o presidente.
A 28 de Março, foram condenados a penas entre os dois e os oito anos de prisão por actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores.
Expresso das Ilhas