Segundo esta antiga alta funcionária das Nações Unidas, as autoridades devem tomar medidas para aumentar a distribuição dos rendimentos e reduzir “uma pobreza que não tem razão de ser num país tão rico”.
A antiga diplomata britânica falava na conferência “Angola após 40 Anos de Independência: O Caminho Em Frente”, organizada em Londres pelo instituto de estudos Chatham House.
Por questões de saúde, as declarações foram feitas numa mensagem gravada em vídeo, onde defendeu também a diversificação da economia para além do setor petrolífero, explorando outros recursos e reservas, como a agricultura e minérios.
Finalmente, vincou a importância de “maior desenvolvimento de instituições e educação democrática” e de Angola ser um país “multipartidario em que exista uma oposição cuja voz possa ser escutada”.
Margaret Anstee admitiu que o país tem “capacidade para uma paz sustentável”, mas que as disparidades sociais e económicas podem ser causas de conflito.
Orador no mesmo painel, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros português António Monteiro foi otimista.
“A democracia está para ficar” em Angola, quatro décadas passadas desde a independência, garantiu, mas está a fazer o seu próprio caminho.
“Não podemos impor os nossos modelos aos outros”, vincou.
Saudou a existência de liberdade de imprensa, de um sistema multipartidario, com um parlamento funcional e um calendário eleitoral.
“A paz e estabilidade serão o elemento que permitirá o desenvolvimento do país”, argumentou.
Lusa