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Segunda, 12 Outubro 2015 08:51

Rafael Marques apela ao BE para levar o caso de Luaty Beirão ao parlamento

O activista e jornalista angolano Rafael Marques disse esta segunda-feira à Lusa que a embaixada portuguesa em Luanda devia visitar o preso político Luaty Beirão, em greve de fome, e apelou ao Bloco de Esquerda para levar a questão ao parlamento.

"Eu faço um apelo ao Bloco de Esquerda que tem mostrado genuína preocupação para com o sofrimento dos angolanos para que leve o caso do Luaty ao parlamento português e que continue o seu trabalho de denunciar o que se passa de errado em Angola porque aqui em Portugal só podemos contar com a solidariedade indiscutível do Bloco de Esquerda", disse à Lusa Rafael Marques.

 

No dia 3 de Julho, o BE propôs na Assembleia da República um voto de condenação pela prisão dos jovens angolanos.

 

Na altura, o Bloco de Esquerda e o deputado socialista Pedro Delgado Alves ficaram sozinhos, no Parlamento, na condenação da "repressão política em Angola" e no apelo ao fim da detenção do grupo de jovens opositores do regime

 

"Obviamente temos no Partido Socialista a Ana Gomes e o João Soares, mas são casos individuais e que não reflectem aquilo que tem sido a conduta do Partido Socialista em relação a Angola que é de cumplicidade também", afirmou Rafael Marques.

 

Entretanto, uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português disse à Lusa durante o fim-de-semana que está a acompanhar, através da embaixada em Angola e de outros meios, a situação do activista luso-angolano, detido em Luanda desde junho e em greve de fome há 22 dias.

 

"Mas está a acompanhar a situação como? Já o foram visitar à cadeia? O MNE tem de explicar como está a acompanhar a situação. Não basta dizer que está a acompanhar a situação. Obviamente eles estão a ler os jornais e sabem o que se passa pelos jornais, mas já alguém da embaixada portuguesa foi visitar o Luaty?", critica Rafael Marques, recordando que o músico detido é luso-angolano.

 

"Tem havido um grande encobrimento e só agora, em Portugal, passados três meses de cadeia de que Luaty é luso-angolano quando sempre se soube que o Luaty também tem nacionalidade portuguesa e devia merecer a atenção das autoridades portuguesas", sublinha o activista que se encontra neste momento em Portugal.

 

O luso-angolano Luaty Beirão, de 33 anos, faz parte de um grupo de 17 jovens - dois dos quais estão em liberdade provisória - acusados formalmente desde 16 de Setembro passado de prepararem uma rebelião e um atentado contra o Presidente angolano, mas sem que haja uma decisão do tribunal de Luanda sobre a prorrogação da prisão preventiva.

LUSA

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