O protesto, apelidado de "manifestação pacífica de caráter internacional", está agendado para as 13:00 de sábado, no Largo da Independência, em Luanda, segundo o anúncio feito pelos organizadores, um grupo de "jovens revolucionários" angolanos - como se autointitulam - que exige a "libertação incondicional" destes elementos.
Em causa está a situação do ativista José Marcos Mavungo, indiciado do crime de rebelião, e do advogado Arão Tempo, suspeito de colaboração com estrangeiro (também detido) contra o Estado angolano, na sequência de uma marcha contra a alegada má governação e violação dos direitos humanos na província angolana de Cabinda.
Agendada para 14 de março, essa manifestação acabou por não se realizar, com os dois elementos detidos horas antes pela polícia. Contudo, estes ainda não têm qualquer acusação formal promovida pelas autoridades angolanas, que continuam a recolher indícios, disse à Lusa um advogado que apoia, em Cabinda, os dois elementos.
"A não-libertação dos mesmos forçar-nos-á a sairmos às ruas de Luanda, e doutras províncias de Angola e na diáspora, para reforçarmos as nossas exigências", advertem, por seu turno, os organizadores da manifestação de sábado, na carta enviada ao governo provincial da capital informando a realização deste protesto.
As várias manifestações programadas nos últimos meses pelos jovens revolucionários angolanos, em Luanda, terminaram abortadas pela Polícia Nacional, por entre detenções e confrontos físicos com as autoridades.
O advogado Arão Tempo foi detido no posto fronteiriço de Massabi, quando pretendia viajar para a República do Congo, sendo presidente do Conselho Provincial de Cabinda da Ordem de Advogados de Angola.
De acordo a mesma fonte, o seu estado de saúde tem vindo a "debilitar-se", encontrando-se na cadeia civil de Cabinda, tal como o ativista Marcos Mavungo, igualmente detido a 14 de março, antes da marcha programada, a qual tinha organizado.
"Nota-se, do lado das autoridades, o excesso de prisão preventiva e desta feita, nós, os subscritores desta petição, exigimos a liberdade incondicional", apontam, na mesma carta que oficializa o protesto, os jovens angolanos.
LUSA