Quarta, 11 de Junho de 2025
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Terça, 10 Junho 2025 11:15

Isabel dos Santos é de forma indirecta quem mais lucra na banca, mas não recebe

Pelo menos 41% dos dividendos a distribuir relativos ao ano passado vão para o exterior. Isabel dos Santos, cujas participações indirectas no BIC estão à guarda da justiça, continua na sombra dos dividendos.

Se considerarmos as suas participações indirectas no BIC, Isabel dos Santos seria a banqueira que mais lucra na banca caso as suas participações na Sociedade de Participações Financeiras (25% do BIC) e na Finisantoro Holding Limited (17,5%) não estivessem à guarda da justiça, o que impede a distribuição dos dividendos. Contas feitas, as empresas de Isabel dos Santos têm por receber 8,8 mil milhões Kz.

Importa recordar que Isabel dos Santos entre 2016 e 2019 foi a personalidade que mais lucrou com a banca. A empresária é acusada de 11 crimes relacionados com a sua gestão na Sonangol entre 2016 e 2017, e está fora do País desde 2018, depois de ter sido exonerada da liderança da Sonangol, pesando sobre si um mandado de detenção internacional, a pedido da Procuradoria-Geral da República.

E se a Unitel e o BPI são as empresas que mais vão receber dividendos da banca relativos aos lucros de 2024, a título individual será Lígia Madaleno, accionista maioritária do BIR, e Rafael Kaposo, do BCS, a liderarem a lista dos banqueiros que mais vão arrecadar dividendos.

A título individual, Lígia Madaleno, PCE e accionista do banco BIR (detém 56,4% das acções do banco), vai receber 6,7 mil milhões Kz (+1,8 mil milhões Kz face ao exercício anterior). Na segunda posição das participações directas está o CEO do BCS, Rafael Kaposo, com dividendos de 6,4 mil milhões Kz (+4,9 mil milhões Kz), ou seja, vai receber 4 vezes mais do que conseguiu no ano passado. A fechar o pódio está outra accionista do BCS, Francisca Kamia Kapose, que detém 45,0% do banco, e que vai receber 6,1 mil milhões Kz (+4,7 mil milhões Kz).

Logo a seguir estão os empresários e accionistas do Caixa Angola, José Jaime Freitas (falta ainda saber se vai receber do BCA) e António Mosquito, que vão receber 4,9 mil milhões Kz e 4,8 mil milhões, respectivamente.

Luís Lélis fica na sexta posição com 4,3 milhões de dividendos. O PCE do BAI passou a ter 6,3% das acções do banco em 2024, quando anteriormente detinha 4,1%, o que o coloca como o particular com mais acções do maior banco em activos.

Fernando Teles, que detém 20% do BIC, vem na sétima posição do ranking dos empresários com participação directa que mais vão receber, com 4,1 mil milhões kz. Isto sem ter em conta os dividendos da Telegest (3,6 mil milhões Kz) detidas pelo empresário.

Ainda no Ranking das 10 individualidades que mais lucram com a banca de forma directa, estão os banqueiros do BAI, Mário Palhares (3,6 mil milhões), Theodore Jameson Giletti (3,6 mil milhões Kz) e José Antunes Neto (2,4 mil milhões Kz).

Pelo menos 41% dos dividendos vão lá para fora

O português BPI, que detém 48,1% do BFA, é a empresa estrangeira que mais vai receber dividendos (49,5 mil milhões Kz), seguido do sul-africano Standard Bank (4,2 mil milhões) e do outro banco português, o Caixa Geral de Depósitos, que detém 51,0% do Caixa Angola e recebe 12,5 mil milhões Kz.

Ainda na lista de empresas com sede lá fora está a Sociedade de Participações Financeiras e Finisantoro Holding Limited, de Isabel dos Santos, com sede na ilha de Malta, e a Telesgest B.V. de Fernando Teles com sede na Holanda. Seguem-se os accionistas do BAI, Oberman Finance Corp com sede no Reino Unido e Dabas Management Limited, Lobina Anstalt e a portuguesa Mota Engil SGPS. A fechar está o banco estatal chines China Limited (ver tabela). EXPANSAO

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