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Quarta, 06 Novembro 2024 18:27

Angola tem adotado diplomacia de jogo de cintura para não criar “irritantes” - analista

O especialista em relações internacionais angolano Osvaldo Mboco considera que Angola tem adotado nos últimos anos uma diplomacia de jogo de cintura para não criar “irritantes” com os atores que têm também interesses em Angola.

O docente da Universidade Técnica de Angola, que lança hoje, em Luanda, um livro sobre a política externa de Angola, numa perspetiva crítica e analítica dos caminhos percorridos pelo país no período entre 1975 até ao presente momento, retrata na obra as razões que levaram Angola, depois do conflito civil, a voltar-se para a China e não para o ocidente e a política externa atual.

A obra, intitulada "Política Externa de Angola – Principais Marcos, Desafios e Perspetivas", com 196 páginas, traz uma abordagem analítica e histórica dos principais marcos que vincaram a política externa de Angola, desde o seu papel no processo de independência da Namíbia, do fim do apartheid na África do Sul e da estratégia de boa vizinhança que o país teve de adotar para terminar com o conflito.

Osvaldo Mboco realçou que o livro traz a formulação da política externa, os seus atores decisivos, o papel do Presidente da República, da Assembleia Nacional, bem como a diplomacia económica e preventiva, consideradas as principais âncoras da política externa angolana.

Abordando os interesses nacionais de Angola, o autor analisa a abordagem do Presidente da República, João Lourenço, bem como a relação com a China, Rússia, Estados Unidos da América, Brasil e Portugal, a participação de Angola nas organizações regionais, a estratégia do Estado angolano, a inserção de quadros angolanos em organizações internacionais e o porquê de existirem poucos técnicos nessas organizações.

Osvaldo Mboco analisa também a perspetiva dos ganhos para Angola de uma participação consistente em missões de paz nas Nações Unidas, da nova configuração que o mundo está a conhecer e como o país tem estado a posicionar-se.

“Daí que integramos nessa obra a diplomacia de jogo de cintura que o Estado angolano tem estado a adotar, no sentido de não criar qualquer irritante político e diplomático, com quem quer que sejam os atores também com interesse em Angola”, disse.

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