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Quinta, 24 Outubro 2024 18:26

SIC prende israelitas condenados por crimes que lesaram sócio de alto dirigente do MPLA

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) capturou em Luanda, há uma semana, dois cidadãos israelitas dados como foragidos após terem sido condenados, em 2017, pelo Tribunal de Benguela, a oito anos de prisão num processo em que um dos lesados é um sócio, também israelita, do secretário para os assuntos políticos e eleitorais do Bureau Político do MPLA, João de Almeida Martins "Jú Martins".

Na cadeia do Cavaco, em Benguela, desde segunda-feira, Tal Eliaz e Voimoy Atia foram condenados, no quadro do processo-crime 2079/17, por abuso de confiança e branqueamento de capitais.

"Estamos, sim, com estes cidadãos, recebemos os homens no início desta semana, vindos de Luanda", avançou ao NJ um alto funcionário dos Serviços Prisionais.

Em Benguela, os condenados, ligados a Dudik Hazam, o sócio de "Jú Martins" no negócio do sal, vão cumprir, segundo apurou o Novo Jornal, uma pena de três anos, inferior à inicial, estabelecida pelo Tribunal Constitucional na sequência de recursos interpostos pela sua defesa.

Os advogados da dupla israelita começaram por recorrer para o Tribunal Supremo, que não se opôs à acusação do Ministério Público e à decisão do Tribunal, conforme o acórdão [3258/19] consultado pelo NJ, tendo posteriormente avançado para o Tribunal Constitucional.

Ali, o melhor que os causídicos conseguiram foi uma redução da pena, esta que agora começou a ser cumprida após a captura dos condenados, possível "graças a uma operação conjunta entre os Serviços de Investigação Criminal de Benguela e Luanda".

Não foi possível obter reacções da defesa dos cidadãos israelitas, igualmente suspeitos de envolvimento em tráfico de diamantes, mas o NJ sabe que a batalha judicial não fica por aqui.

Abordado a propósito, o advogado do empresário lesado, Oswaldo Salupuca, preferiu, agora nesta fase, não trazer à liça a forma como o seu constituinte foi prejudicado, optando apenas por salientar que "está a ser feita justiça".

Desta forma, diz estar a contrariar "informações deturpadas" sobre uma eventual mão invisível por detrás da captura dos condenados, realçando que tais inverdades podem colocar em causa o bom-nome das instituições angolanas.

"Pensamos que foi feito um julgamento justo. São insinuações falsas, caluniosas e vexatórias de certos indivíduos perfeitamente identificados", assinalou o causídico.

A empresa do sócio de "Jú Martins" terá, em consequência, registado prejuízos superiores a 5 milhões de dólares norte-americanos. NJ

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