Teresa Dias, que falava em conferência de imprensa após a assinatura, em Luanda, de um acordo de cooperação com Cabo Verde sobre gestão de recursos humanos, reforma administrativa e serviços de apoio aos cidadãos, referiu que o Governo tem estado a trabalhar no âmbito dos acordos obtidos com os sindicatos da função pública, sobre a progressão de carreira de funcionários que durante vários anos “ficaram estanques”.
“Até aumentámos pessoal para poder responder à demanda”, afirmou a governante angolana, salientando que o seu ministério teve o apoio e recursos do Ministério das Finanças.
Segundo a ministra, para haver progressão de carreira é preciso também estar garantida a vertente financeira, porque “quem sobe de carreira, muda automaticamente de remuneração”.
“E, às vezes, não é um problema isolado do MAPTSS [Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social], é um conjunto de órgãos que têm que estar alinhados para que isso possa acontecer”, frisou.
“Então estamos a estudar as melhores formas, as melhores performances, para que possamos ter uma progressão de carreiras sem muito ruído”, acrescentou Teresa Dias, sublinhando que o Governo pretende “encontrar espaço” para que todos os funcionários públicos possam entender quando é que podem evoluir na carreira, garantindo a transparência do processo.
Teresa Dias declarou que este foi um dos pontos em que Angola procurou a experiência de Cabo Verde, que “está muito bem”, apesar de não ter o número de funcionários públicos que Angola tem.
A governante angolana frisou que, em Angola, por via do programa da reforma da administração pública, já se vêem algumas melhorias no que se refere à gestão dos seus recursos humanos, contudo, ainda não ao nível do que almeja.
A ministra frisou que a gestão dos recursos humanos em Angola ainda está dependente do Ministério das Finanças, pretendendo que esta responsabilidade passe para o departamento ministerial de tutela.
“Por enquanto, nós temos vindo a partilhar responsabilidades, a partilhar recursos, e muitas vezes não é eficiente. Este seria um dos caminhos que nós pretendemos a curto prazo trilhar”, indicou Teresa Dias.
De acordo com a ministra, o objetivo é que o MAPTSS possa, de forma independente, assumir a responsabilidade pela gestão dos recursos humanos.
“Ainda não o faz, porque é assim que foi montado o sistema, mas não é assim que tem que ficar”, sublinhou.
A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública de Cabo Verde, Edna Oliveira, realiza uma visita de trabalho a Angola, para o fortalecimento das relações de cooperação com este país.
