A acusação do SPCB assenta no facto de o CEFOPESCA por não tere contactado os nadadores do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, como mandam as regras, para acompanharem estes exercícios, dos quais resultaram as mortes verificadas na sexta-feira,5.
"Houve negligência, não dos professores, mas sim da própria instituição que para este tipo de aulas práticas de natação no mar, que, segundo as normas, devem ser acompanhadas por nadadores-salvadores do SPCB", disse ao Novo Jornal o porta-voz dos bombeiros, Faustino Miguéns.
Segundo este oficial, as instituições sempre que estiverem diante destes cenários devem contactar os bombeiros para garantir a segurança de todos antes e durante a actividade.
"Infelizmente não tivemos acesso a qualquer solicitação da instituição para podermos ter aí os nossos homens prontos para este tipo de eventualidades", lamentou o porta-voz dos bombeiros.
O Novo Jornal soube que os alunos foram encaminhados para aulas práticas no mar porque a única piscina da instituição, onde normalmente acontecem, está fora de serviço.
Sem alternativas, a direcção da CEFOPESCA, em contacto com a administração dos Ramiros, definiu a praia do KM 32 para a realização das aulas práticas.
Mbuco Samuel, subdirector da instituição, contou aos jornalistas que os alunos foram para a praia dentro do plano curricular existente na instituição.
"Existe uma disciplina, segurança no mar, e os estudantes têm a obrigação de darem esta disciplina que é a sobrevivência no mar", contou.
Segundo este responsável, a aula deveria ter acontecido no Instituto Politécnico das Pescas, mas a piscina está fora de serviço para manutenção e, por essa razão, os alunos foram para a praia do km 32.
No decorrer das aulas, segundo a instituição, dois alunos que estavam atrasados decidiram entrar no mar sem os coletes de protecção, não cumprindo os protocolos para aulas práticas e afogaram-se na presença dos colegas e dos professores.
Face à situação arrepiante, um dos colegas que vestia colete, e que já tinha terminado a sua aula prática, atirou-se ao mar tentando ajudá-los e acabou por se afogar também.
Segundo os bombeiros, uma das vítimas, do sexo feminino, ainda foi resgatada com vida mas acabou por falecer momentos depois no local. As vítimas eram três alunos de 18 e 19 e 21 anos.
Sobre o assunto, o Novo Jornal contactou o Serviço de Investigação Criminal (SIC), uma fonte desta instituição, assegurou que já estão a investigar o caso.
Está é a primeira vez que ocorre um acidente do género, desde a inauguração do Instituto Politécnico das Pescas, há três anos. NJ