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Segunda, 26 Dezembro 2022 02:18

Constantes crimes impunes contra sua família obrigam jornalista Cláudio “In” a abandonar Angola e seu emprego

Numa denúncia recentemente veiculada pelo Angola24Horas, o jornalista da Rádio Despertar, Cláudio In, revelou que, cerca de três (3) meses depois de agredirem, torturarem e esfaquearem a esposa, não houve e nem há alguma investigação criminal em curso, suspeitos, detidos e muitos menos acusados pelas constantes acções criminosas.

Na mesma denúncia, o radialista apelou ao presidente da República, João Lourenço e ao Chefe do SINSE, Fernando Miala, sobre os referidos actos, fazendo-os lembrar da lei do retorno.

“João Lourenço e Fernando Miala, os senhores também têm família. O que estão a fazer a mim e à minha família, também poderão fazer às vossas famílias. Isto não é um aviso. É apenas a lei do retorno, o Karma”, atirou Cláudio Emanuel.

Entretanto, e, devido ao silêncio das autoridades, aos quais acusa de autores dos crimes, o jornalista anunciou, nesta sexta-feira, 24 de dezembro, o seu abandono ao emprego e o país. “Com lágrimas nos olhos e uma enorme consternação, que informo a todos que infelizmente tive que abandonar o meu próprio país, a minha própria terra”.

De acordo com as suas declarações, após sucessivos actos de violência e Terrorismo de Estado que atentaram contra a vida da sua mulher e filho, Cláudio teve que tomar a árdua decisão de abandonar Angola, o seu emprego, familiares e amigos, para procurar refúgio num país que possa garantir a segurança da sua família.

“Agrediram, torturaram e esfaquearam inúmeras vezes uma mulher indefesa acompanhada de um bebé de 1 ano, como forma de silenciar o seu marido jornalista, que através do seu programa de Rádio, denunciava os constantes abusos e violações dos direitos humanos praticados pelo Governo criminoso do MPLA”, denunciou.

Relatou também que, na sequência destes crimes hediondos cometidos há mais de três meses, as autoridades remeteram-se ao silêncio, facto é que não há detenções, não há suspeitos ou qualquer tipo de procedimento criminal. “O silêncio e a inoperância das autoridades é indicador tácito da autoria dos crimes”.

“O quadro clínico da esposa e do bebé é de stress pós-traumático; o espancamento causou hematomas em várias partes do corpo, resultado das lesões nos vasos sanguíneos; e os 19 cortes provocados por arma branca, ainda causam dor considerável mas já estão em processo de cicatrização.
Peço a DEUS todos os dias para que nos ajude a recuperar destas atrocidades praticadas”, contou.

Lágrimas de dor, revolta e indignação, adianta, são vertidas diariamente pela impunidade e indiferença existentes no nosso país. “Não podemos permitir que um regime autocrático, use a violência contra jornalistas para evitar o escrutínio e perpetuar-se no poder! É inconcebível termos de abandonar o nosso próprio país porque o déspota da Cidade Alta não gosta de ser criticado”.

Apelou igualmente que, não pode abdicar de Pátria Angolana e assim permitir que criminosos que usurparam o poder, destruam aquilo que ainda resta do país. “A brutalidade, as trevas e a autocracia representadas pelo regime de João Lourenço, não podem prevalecer sobre a razão, a luz e a democracia representadas através da vontade do povo soberano de Angola. Apesar do exílio forçado, eu não vou desistir do meu País”, conforme o jornalista angolano.

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