“Os subsídios ainda não foram pagos, porque houve um certo atraso na transferência dos valores, mas devo dizer que, há cerca de uma semana, esses valores já caíram em Portugal e o Sector de Saúde da Embaixada de Angola está a organizar as folhas, para proceder aos pagamentos”.
Em entrevista à RNA, Augusto Lourenço disse que os valores disponibilizados para os doentes em Portugal, não são suficientes para pagar um ano de subsídios, porque existem outras despesas com credores e despesas correntes do dia a dia da própria instituição.
“O que eu posso garantir, é que vamos amortizar parte da dívida que temos com os pacientes”, disse Augusto Lourenço para salientar que essa situação regista-se apenas em Portugal.
“Nós não temos doentes de Junta Médica em muitos países do mundo. Temos representações da Junta Nacional de Saúde, apenas em Portugal e na África do Sul”, esclareceu o médico para acrescentar que a situação naquele país europeu “é bem mais complicada, por causa do número de pacientes que tem, pela exígua verba que recebe para poder suprir as necessidades existentes actualmente.
Com relação à África do Sul, a Junta Nacional de Saúde deixou de encaminhar doentes para aquele país, por falta de disponibilidade financeira.
O director-geral da Junta Nacional de Saúde, Augusto Lourenço, apontou como causa da situação vivida pelos doentes angolanos em Portugal, a actual situação económica e financeira que o mundo vive, por força da queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional e da pandemia da Covid-19.
“Nós temos um elevado número de pacientes em Portugal que exige, como é obvio,que haja disponibilidade financeira constante, para que nós possamos suprir as necessidades dos mesmos com relação aos tratamentos médicos, medicamentosos, alimentação e alojamento”.
Para Augusto Lourenço, o que acontece é que neste período bastante difícil da nossa economia, “nós não temos sabido cumprir com os compromissos junto de alguns credores em Portugal, o que faz com que o volume da dívida aumente, com repercussões graves, sobretudo para com os proprietários das pensões.
Segundo uma fonte do Jornal de Angola, hoje, está previsto um encontro a nível do Sector de Saúde da Embaixada, com a participação de representantes dos doentes, para se definirem algumas prioridades em relação aos pagamentos a efectuar com parte do dinheiro disponibilizado pelas autoridades angolanas, para atenuar a situação.