Trata-se do pastor angolano Diogo Paulo e o brasileiro Douglas de Oliveira, pertencentes a cada uma das alas em conflito.
O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação Provincial do Ministério do Interior, intendente Hermenegildo de Brito, disse à Angop que a polícia foi chamada para intervir evitando que a situação de segurança pública fosse afectada.
De acordo com o oficial da corporação, ambos foram encaminhadas para uma das esquadras do sector do Rocha Pinto que remeteu já o processo ao Ministério Público.
Liderados pelo bispo Valente Bizerra, os pastores angolanos decidiram romper, em Novembro do ano passado, com a representação brasileira em Angola encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, por alegadas práticas doutrinais contrárias à religião, como a exigência da prática de vasectomia, castração química, além da evasão de divisas para o exterior do país.
Os angolanos acusam os brasileiros de irregularidades e montaram, nesta segunda-feira, o seu “ estado-maior “ na Catedral do Morro Bento, localizado na Avenida 21 de Janeiro.
O pastor Jaime Inácio acusa a parte brasileira, munidos com armas brancas e de fogo, de tentar invadir, nesta madrugada, a catedral com o intuito de desalojar os angolanos, tendo originado o tumulto.
O pastor fala em feridos graves, encaminhados para uma unidade hospitalar, situação não confirmado pelo porta-voz do Minint, em Luanda.
Os bispos e pastores angolanos, que se demarcaram da ala brasileira fiel a Edir Macedo, ocuparam, na segunda-feira, algumas igrejas em Luanda e nas províncias de Benguela, Huambo, Malanje, Namibe, Cuanza Sul.
Organizados num grupo que decidiram apelidar de Comissão de Reforma de Pastores Angolanos (CRPA), justificaram o acto com o facto de os bispos e pastores brasileiros continuarem a revelar uma forte ganância pelo dinheiro dos fiéis, por promoverem o racismo, discriminação social, abuso de autoridade, faltas de respeito, humilhações públicas contra pastores angolanos, evasão de divisas e expatriamento ilícito de capitais.
A violência contra religiosos brasileiros provocou uma reação imediatada do embaixador brasileiro em Angola, Paulino Franco de Carvalho Neto.
"É uma situação delicada sem dúvida", disse o embaixador. "A embaixada tem trabalhado junto com as autoridades locais e pedido as autoridades policiais angolanas, que dentro de sua competencia possam coibir esses abusos e evitar que propriedades, igrejas, sejam invadidas e que cidadãos brasileiros, membros da Igreja Universal sofram atos de violência. Isso é inaceitavel.