Entre os supostos assassinos de dois jovens barbeiros, ambos mudos, estão, segundo apurou a VOA no bairro da Massangarala, adolescentes que acabaram de sair da penitenciária do Cavaco.
A VOA noticiou esta semana, na sequência de um trabalho junto de jornalistas que tratam de matérias sobre crime, a soltura de “cidadãos altamente perigosos” à boleia da luta contra o novo coronavírus, mas a PGR negou o teor das suas declarações, desafiando os profissionais de comunicação a mostrar os casos.
Os jovens foram assassinados à saída do local de serviço, em posse de dinheiro e sacos de pão, que foram levados pelos presumíveis autores do crime.
Um colega das vítimas conta que escapou por ter conseguido fugir para um beco ao lado do espaço da ocorrência, de onde presenciou o duplo assassinato.
“Eram muitos, mais de 10. Vi a picarem os meus colegas com facas. Depois, cheguei ao lado e vi os corpos”, conta Kidy, na sua casa, enquanto a mãe e outros familiares adiantam que “são miúdos conhecidos daqui do bairro, que ainda agora saíram da prisão”.
Pelos menos dois dos supostos assassinos já se encontram detidos, conforme avançou à VOA fonte da Delegação Provincial do Interior, que lamenta o envolvimento de adolescentes saídos da cadeia no quadro do combate à pandemia.
“Eles preferem estar na prisão, há lá comida e outras condições que, se calhar, não terão em casa. Afinal, estamos todos a ver os níveis de pobreza”, sustenta a fonte.
Desconhecem-se por agora as causas do crime.
A Polícia promete um pronunciamento nas próximas horas. VOA