A empresária angolana Isabel dos Santos nega quaisquer ligações à petrolífera russa Rosneft. A filha do ex-presidente de Angola reage à notícia avançada esta sexta-feira pelo Jornal Económico (acesso pago) sobre o “império russo” de Isabel dos Santos. De acordo com o semanário, a angolana terá pedido cidadania russa, com o nome Isabel Dosovna Kukaeva, e começado a trabalhar no país.
“Isabel dos Santos vem informar que não conhece o Senhor Igor Sechin, nunca trabalhou com a Rosneft nem com qualquer empresa associada à Rosneft ou suas subsidiárias em nenhum país. É igualmente falso que tenha recebido qualquer remuneração da empresa Rosneft uma vez que, como já esclareceu, nunca trabalhou com a mesma”, diz a empresária em comunicado.
O JE noticiou na edição desta sexta-feira que Isabel dos Santos terá estabelecido uma “relação profissional” com a petrolífera russa Rosneft e o seu chairman, Igor Sechin. Em causa estariam projetos desenvolvidos em Moçambique, Iraque, Turquia e outros, bem como investimentos na Rússia. Sechin teria atribuído “missões” à angolana, enquanto o presidente Vladimir Putin a integrava em eventos com expressão mediática.
A empresária angolana foi acusada de ter lesado o Estado angolano quando o pai, José Eduardo dos Santos, era Presidente da República de Angola. No final de dezembro, o Tribunal Providencial de Angola decidiu o arresto preventivo de contas bancárias e participações de Isabel dos Santos e de Sindika Dokolo, em empresas como a Unitel, o BFA, o Bic Angola e a ZAP.
O arresto é justificado porque o Tribunal deu como provado que Isabel dos Santos está a tentar tirar o património do país, impedindo que o Estado reclame o dinheiro que tem em dívida. “É absolutamente falsa a afirmação de que Isabel José dos Santos, por intermédio do General Leopoldino Fragoso do Nascimento, esteja a tentar transferir alguns dos seus negócios para a Rússia“, continua o comunicado da empresária.
"Isabel dos Santos e as suas empresas desconhecem por completo a existência de qualquer interesse da Polícia Judiciária portuguesa em transferências, alegadamente feitas através do Banco Millennium, no valor de 10 milhões de euros para a Rússia, e no valor de 1,2 milhões de euros para Médio Oriente", escreve a empresária, garantindo nunca ter ordenado tais transferências nem ter, diretamente ou através das suas companhias, ligação com as mesmas.
A também filha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos – lamenta ainda que se “escrevam artigos de ficção como se fossem notícias”, voltando a prometer avançar com queixas contra os meios que afirma que o têm feito.