A Amnistia Internacional alerta para a situação de fome vivida no Sul de Angola. De acordo com a organização não-governamental (ONG), há uma crise alimentar que está a colocar em risco a sobrevivência das populações nas províncias de Cunene, Huíla e Namibe.
Segundo a Amnistia Internacional, nos últimos dois anos, "milhares de pequenos criadores de gado no município dos Gambos, no sul de Angola têm sido afastados de terras que ocupavam para dar lugar a grandes explorações pecuárias". Estas serão expropriações ilegais, feitas sem que os agricultores sejam consultados ou recebam qualquer indemnização.
"O resultado é uma crise alimentar, sem qualquer assistência ou compensação do Governo", denuncia a ONG, acrescentando que, com o agravamento da seca, há um cenário de subnutrição entre a população da região. "Os criadores de gado tradicionais perderam as melhores pastagens e veem agora, desesperados, os filhos e as famílias irem para a cama de estômago vazio", denuncia a a Amnistia Internacional, numa publicação feita na sua página oficial na Internet.
"É através das pastagens comunitárias que estas comunidades obtém o seu principal alimento, o leite, bem como a capacidade financeira para poderem garantir a educação das suas crianças numa escola ou terem acesso a cuidados médicos adequados. A sobrevivência destas comunidades está verdadeiramente em risco", alerta a organização.
Por esse motivo, a Amnistia Internacional lançou uma petição , exigindo ao presidente de Angola que tome medidas imediatas e respeite os direitos humanos durante os processos de expropriação.
"Instamos o Governo de Angola a colocar um fim a estas expropriações de terra e a tomar medidas urgentes para que estas comunidades recebam o apoio a que têm direito", esclarece a Amnistia Internacional.