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Quarta, 23 Outubro 2019 11:01

Comandante-geral em exercício convoca ex-militares das FAA para um «encontro de emergência»

Depois dos tumultos protagonizados na terça-feira, 22, por ex-militares das Forças Armadas Angolanas (FAA) que exigem o ingresso na Polícia Nacional, e que obrigaram a uma forte intervenção policial, o comandante-geral em exercício convocou os ex-efectivos das FAA para um «encontro de emergência» a ter lugar hoje, quarta-feira, 23..

Segundo o que o NJ apurou, a reunião entre o comissário-chefe António Pedro Kandela - que interina o comando da corporação dada a ausência do comandante-geral Paulo de Almeida, que se encontra no exterior do país - e os mais de dois mil desmobilizados das FAA vai decorrer, no Regimento Militar do Grafanil, na Avenida Deolinda Rodrigues, em Luanda.

A convocação do encontro resulta dos episódios verificados no fim da manhã de terça-feira, quando mais de 500 ex-militares decidiram, mais uma vez, sair às ruas para, junto à sede do Comandado-Geral da PN, na marginal de Luanda, exigirem o enquadramento na corporação, depois de terem sido desmobilizados das FAA.

A marcha dos ex-militares obrigou a que a Polícia Nacional escalasse vários efectivos no terreno, com destaque para a Brigada Canina, no sentido de dispersar os manifestantes.

Porém, os efectivos da Polícia Nacional enfrentaram várias dificuldades para conter os manifestantes, que terão sido controlados apenas a escassos metros da sede do Comandando-Geral da Polícia Nacional.

Em face da intervenção policial, vários manifestantes queixaram-se de lesões resultantes de mordeduras de cães. Os ex-militares detidos durante os protestos foram depois soltos tão logo a Polícia Nacional tomou o controlo da situação.

Recorde-se que, além da integração na Polícia Nacional, os ex-militares das Forças Armadas Angolanas reclamam também do não pagamento dos seus ordenados desde Maio último.

"Passámos nos testes [de admissão na Polícia Nacional], mas, até aqui, não nos dizem nada. Nem imagino o que será daqueles que reprovaram. O Estado deve encontrar uma forma de, ainda assim, salvaguardar a condição social das pessoas. Não é justo depois de termos servido a Pátria sermos desmobilizados sem colocação nem salários", atirou, em declarações ao NJ, um ex-militar. NJ

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