Quarta, 26 de Junho de 2024
Follow Us

Quinta, 17 Março 2016 15:36

UNITA pede declaração do estado de alerta máximo para Luanda face atual crise sanitária

A UNITA, maior partido da oposição, exortou o Presidente angolano a se pronunciar e declarar estado de alerta máximo para Luanda e de calamidade nacional perante a crise que o setor de saúde atravessa atualmente.

O apelo foi feito hoje em conferência de imprensa, dirigida pelo vice-presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Raul Danda, para abordar a situação sanitária do país. 

Para a UNITA, Angola está a viver presentemente "uma verdadeira tragédia, fruto da má planificação orçamental, da má gestão dos recursos públicos, do desprezo total dedicado à saúde". 

Segundo aquela força política, a mais representativa da oposição angolana, os hospitais registam enchentes e as unidades sanitárias revelam absoluta impotência para responder à demanda, porque faltam médicos e enfermeiros, os espaços são limitados, faltam medicamentos, consumíveis e suporte laboratorial. 

Perante este quadro, a UNITA propõe ao Governo que seja revisto, com caráter de urgência, o Orçamento Geral do Estado para 2016, para se cabimentarem mais verbas para a Saúde e setores conexos e disponibilizar, a título de emergência, recursos financeiros destinados à aquisição de medicamentos, seringas, sistemas de infusão endovenosa e todo o tipo de material gastável necessário ao funcionamento dos serviços de urgência. 

A execução de medidas urgentes de saneamento básico da cidade e a evacuação dos grandes amontoados de lixo que se registam em toda a extensão da cidade de Luanda, assim como de outras províncias são outras propostas da UNITA. 

"Tratando-se de uma situação de emergência, impõem-se medidas vigorosas e céleres que revertam, de forma ativa, o quadro presente. Não se pode esperar que a imunidade natural adquirida e o quadro sazonal se encarreguem de diminuir passivamente a incidência de doenças", apelou Raul Danda. 

Angola está a atravessar nos últimos tempos, uma situação de crise sanitária, com os hospitais a registarem enormes afluxos de doentes, com várias doenças, principalmente malária, que provoca em média a morte de dezenas de pessoas. 

O alerta foi lançado pelo Hospital Pediátrico de Luanda David Bernardino, que está a atender por dia mais de 500 crianças e fazer pelo menos 120 internamentos diários. 

Àquela unidade hospitalar, segundo a diretora clínica, chegam crianças com malária acompanhadas de anemia severa, estando a ser realizadas diariamente mais de cem transfusões sanguíneas. 

A pediatria debate-se com a falta de pessoal, sobretudo enfermeiros, medicamentos, material gastável e sangue, e as mortes podem ultrapassar num só dia 25. 

O Ministério da Saúde de Angola já reconheceu a gravidade da situação e está a procurar ultrapassar esse quadro, através do fornecimento de meios. 

Lusa

 

Rate this item
(0 votes)