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Sábado, 12 Março 2016 11:52

Governo angolano fez uma advertência a Portugal

O ministro das Relações Exteriores afirmou que o caso judicial que corre nas instâncias judiciais portuguesas e que envolve o vice-presidente angolano, Manuel Vicente, não é bom para o fortalecimento das relações bilaterais entre Portugal e Angola.

Georges Chicoty disse que o assunto deveria ser tratado de outra forma e que as relações entre Portugal e Angola poderiam ser bem melhores.

Ministério Público português investiga arquivamento de inquérito a vice-presidente angolano, ex. Procurador Orlando Figueira está detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais. Na investigação está em causa, entre outros factos, o alegado recebimento de luvas na ordem das centenas de milhares de euros para arquivar um inquérito que visava o actual vice-presidente de Angola, Manuel Vicente. Investigação começou em 2014.

No âmbito desta investigação foram realizadas buscas ao Millennium BCP, à filial portuguesa do angolano Banco Privado Atlântico e a dois escritórios de advogados, em Lisboa: o de Paulo Blanco que foi arguido, por indícios de corrupção, tem representado altas figuras angolanas em vários inquéritos, e a sociedade de advogados BAS, onde Orlando Figueira trabalhava.

Para Paulo Blanco Advogado de vice-presidente de Angola as buscas de que foi alvo estão relacionadas com um inquérito que visava Manuel Vicente, relacionado com a aquisição de um apartamento no empreendimento Estoril Sol Residence, que custou vários milhões de euros. Este inquérito foi arquivado por Orlando Figueira antes de sair do departamento do Ministério Público que agora o investiga, em Setembro de 2012.

"Para justificar a capacidade económica para comprar aquela habitação, juntei ao processo quatro declarações de rendimentos do meu cliente, uma da Sonangol, outra de uma subsidiária da petrolífera, uma do Banco Africano de Investimento e outra do BCP. Quando o caso foi arquivado, pedi a restituição desses documentos e nas buscas pediram-me cópias dos mesmos, que entreguei", revela Paulo Blanco. O advogado quis prestar declarações públicas apesar de saber que o processo está sujeito a segredo, a que também está obrigado.

Curioso é o facto de ter sido o BCP- o banco em que Manuel Vicente foi vice-presidente do conselho geral e de supervisão em representação da Sonangol - a contratar o procurador em 2012, quando pediu uma licença de longa duração. Quando Orlando Figueira começou a trabalhar no BCP, em Setembro desse ano, Manuel Vicente já tinha renunciado em Fevereiro ao cargo que ocupava na instituição bancária. Contudo, conforme informação oficial do Conselho Superior do Ministério Público, que autorizou a licença do magistrado, o pedido foi discutido numa reunião a 18 de Janeiro de 2012, tendo sido feito umas semanas antes, ou seja, quando Manuel Vicente ainda estava no BCP.

Mas esta não é a única questão que está a ser investigada neste inquérito, já que tudo indica que o procurador beneficiou de transferências bancárias de montantes avultados feitas para uma conta do Banco Privado Atlântico. Os investigadores estão a seguir o rasto do dinheiro, mas acreditam que o mesmo irá dar a Manuel Vicente ou alguém que lhe é próximo.

RTP | AO24

 

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