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Sexta, 22 Novembro 2013 16:03

MPLA apela à contenção de militantes e políticos Featured

João de Almeida Martins, secretário para os Assuntos Políticos e Eleitorais do Mpla João de Almeida Martins, secretário para os Assuntos Políticos e Eleitorais do Mpla

A direcção do MPLA apelou nesta sexta-feira as suas estruturas, a todos os níveis, a pautarem pelo princípio da contenção nas actividades públicas e de massas, recomendando que qualquer acto político programado seja realizado em recintos fechados

Segundo o secretário para os Assuntos Políticos e  Eleitorais do partido, João de Almeida “Jú” Martins, a orientação visa evitar que mobilizações massivas de militantes e cidadãos possam descambar num clima de confrontação e gerar a desordem.

O dirigente, que falava à Rádio Nacional de Angola, explicou que o MPLA tomou esta medida pelo facto de o país estar “a viver nos últimos dias um clima que se pretende de confrontação política, com propósitos pouco abonatórios para a estabilidade e preservação da paz”, conquistada em 2002.

“O MPLA tem acrescidas responsabilidades na vida política, económica e social do país. Sobre isso, o Bureau Político emitiu há dias um comunicado onde manifestou já o posicionamento dos órgãos e organismos do partido perante todas estas ocorrências”, expressou, ao referir-se à manifestação convocada pela UNITA, para dia 23.

Segundo aquele partido, a manifestação tem por finalidade repudiar os crimes e assassinatos de cidadãos por razões políticas, sobretudo a morte dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Kassule, cujo desaparecimento está a ser investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR).

Segundo Ju Martins, o facto de a manifestação coincidir com actos políticos programados pelo MPLA, no quadro das festividades do  57º aniversário da fundação do partido e do 51º aniversário da fundação da JMPLA levou a sua direcção à tomada desta medida de ponderação.

“Ainda assim e face ao posicionamento do Ministério do Interior da Polícia Nacional, naturalmente o MPLA, atendendo o seu programa de trabalho e ao programa de trabalho das suas organizações sociais, nomeadamente da JMPLA e da OMA, teve que tomar algumas medidas”.

“No âmbito do nosso programa de trabalho iniciaríamos a partir do dia 23 de Novembro as jornadas comemorativas do 57º aniversário da fundação do MPLA e nesta data também se comemoraria o 51º aniversário da fundação da JMPLA. A indicação que demos às nossas estruturas, a todos os níveis, é que deveriam pautar por alguma contenção, para as actividades públicas e massivas”, reforçou.

Qualquer actividade, sublinhou, deve “ocorrer em recintos fechados, de modo a evitar que mobilizações massivas de militantes e cidadãos pudessem propiciar o clima que os outros querem levar a cabo, de confrontação”.

Afirmou que todos os angolanos devem respeitar e defender a Constituição da República e as leis angolanas, mas alerta que as mesmas devem ser aplicadas e integradas de modo integrado e nunca de modo conveniente.

“Em homenagem aos princípios, direitos e deveres que estão consagrados na Constituição, como seja da liberdade de expressão, reunião e manifestação, também há outros princípios, direitos e deveres e da preservação da ordem, tranquilidade pública e a defesa do bom nome da reputação e dignidade da pessoa humana”, comentou.

Por esta razão, vincou, os políticos devem “ponderar sempre os actos e acções políticas que queiram levar a cabo”.

“Há um bem maior que devemos preservar e defender, que é a paz e o MPLA está decididamente inclinado para este propósito”, disse.

Reiterou que o partido no poder vai respeitar e cumprir as orientações e recomendações das instituições vocacionadas para o efeito, porque “têm uma avaliação mais pormenorizada da situação que está a ser criada e estão a transmitir” ao partido.

“Naturalmente apelamos ao bom senso de todos os actores políticos nacionais, para que respeitem a Lei, tenham alguma ponderação e contenção , porque isto não abona em favor do desenvolvimento das instituições e do normal desenvolvimento de actividades cívicas e sociais dos cidadãos”, expressou.

Afirmou que todos os angolanos, inclusive os dirigente e militantes do MPLA, querem ver reforçada a paz e assegurada a justiça, mas é necessário respeitar as decisões dos órgãos competentes, para evitar situações desagradáveis.

Desencorajou todo e qualquer acto de justiça por mãos próprias, lembrando que os protagonistas da guerra tiveram uma amnistia, pelos crimes praticados durante o conflito.

“Nós julgamos que não é profícuo, não é bom. Devemos fazer alguma contenção. Se naquela altura, fruto dos crimes hediondos, foram promulgadas e divulgadas amnistias, pelo crimes que foram praticados, agora os órgãos do Estado estão a fazer as suas investigações e o seu trabalho.

Que se faça justiça e os culpados sejam culpabilizados, como foi referenciado no comunicado do Bureau Político. Não devemos aproveitar-nos politicamente destas situações menos boas, para tirarmos dividendos políticos”, expressou.

Por conta deste quadro, reafirmou, o MPLA está a fazer as devidas correcções e adaptações aos programas de trabalho, para dar cumprimento a este desiderato de garantir a estabilidade, a ordem e tranquilidade pública.

“Os nossos militantes devem estar vigilantes e atentos com todas estas manobras, porque não nos devemos distrair do propósito fundamental, que é a aplicação do nosso programa, porque só ele pode resolver e melhorar as condições de vida dos cidadãos”, concluiu.

ANGOP

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