Sexta, 26 de Setembro de 2025
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Sexta, 26 Setembro 2025 16:06

General Higino Carneiro sob fogo cruzado em duas frentes

O General Higino Carneiro (HC) encontra-se sob fogo cruzado, de um lado, enfrentando acusações sobre alegado encontro com o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior (ACJ), para uma suposta concertação política e, por outro lado, viu o seu nome associado a um cidadão de nacionalidade norte-americana, Dale Bendler, ex-oficial da CIA, colocando-o em actos de conspiração e espionagem, alegadamente sustentados por contrapartidas financeiras.

Por Lito Dias

HC já respondeu, considerando que tais “insinuações, totalmente desprovidas de veracidade” e somam-se a outras anteriormente lançadas, incluindo as “conhecidas alusões aos denominados brinquedos”.

Na primeira acusação feita por um internauta que, reiteradas vezes, se mostra não muito alheio à UNITA, dá conta que ACJ, desesperado com o congresso do seu partido que se avizinha, reuniu-se, de emergência, com o general Higino Lopes Carneiro, no Hotel Victória Garden, em Luanda, visando reforçar e aprofundar um pacto de apoio mutuo já existente …

Na segunda, que foi continuada pela Televisão Pública de Angola, diz-se que um ex-oficial da CIA, Dale Bendler, confessou, em julgamento, que prestou serviços irregulares a Higino Carneiro. Por isso, poderá ser condenado a 24 meses de prisão por violar as leis americanas.

Segundo a mesma notícia, o antigo oficial paramilitar da CIA em Angola e ex-chefe de estação em Paris, Dale Bendler, declarou-se culpado, conforme consta dum comunicado publicado no site do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América. O caso está a ser julgado no Distrito Leste da Virgínia, onde os procuradores pedem apenas 24 meses de prisão.

A mesma refere que entre Julho de 2017 e Setembro de 2020, período em que trabalhou como contratado a tempo inteiro na CIA, Bendler tinha acesso diário a documentos altamente sensíveis, que a acusação afirma ter usado para benefício pessoal.

Ele terá recebido cerca de 360 mil dólares em honorários privados para actuar em benefício de interesses estrangeiros. Registos apresentados pelo próprio Bendler revelam que o principal estrangeiro para quem trabalhava era Angola, em particular o antigo governador da província de Luanda, Higino Carneiro.

Tal é assim que pelo menos 20 mil dólares mensais eram pagos ao ex-oficial da CIA para organizar campanhas de relações públicas que defendessem Higino Carneiro de acusações de desvio de fundos e para desenvolver acções de lobby junto de autoridades norte-americanas e internacionais.

Documentos mencionam ainda apoio político a uma eventual candidatura presidencial de Higino Carneiro. As ligações a Angola começaram a ser reveladas em maio de 2025 por jornalistas da área de segurança nacional, depois de declarações do próprio Bendler numa entrevista concedida ao podcast de Tim House, em Março de 2024. Se foram provadas as acusações, diz a fonte, Higino Carneiro também deverá prestar contas à justiça norte-americana.

“Acusações carecem de suporte factual”

Em uma nota de imprensa, a assessoria do General de Exército das FAA na reforma, diz que nos últimos tempos, têm circulado em alguns órgãos de comunicação social e nas redes sociais textos apócrifos, destituídos de qualquer fundamento, cujo único propósito é “atacar a honra, fragilizar a imagem pública e pôr em causa a credibilidade do cidadão Higino Carneiro, que recentemente tornou pública a sua decisão de concorrer à liderança do MPLA”.

Sobre um suposto envolvimento de HC em actos de conspiração e espionagem, alegadamente sustentados por contrapartidas financeiras, sublinha com veemência, que tais acusações são absolutamente falsas, carecem de qualquer suporte factual e não existe a mínima prova que as sustente. “Acresce referir que apenas quem desconhece o funcionamento dos serviços secretos norte-americanos pode, de forma ingénua, insinuar que um agente da CIA pudesse ser colocado na condição de corrompido”, lê-se na nota.

Sobre o alegado encontro com o líder da UNITA, ainda que desmentido, esclarece que, na qualidade de político disponível para a liderança do maior partido de Angola – partido com responsabilidades históricas e de Estado – Higino Carneiro não exclui a possibilidade de encontros de carácter patriótico, sempre que estes sirvam os superiores interesses da Nação e contribuam para a salvaguarda da unidade nacional. Além disso, o local e as circunstâncias do aludido encontro, são totalmente incompatíveis com a sua agenda.

“É público e facilmente verificável que, à data dos factos mencionados, o político se encontrava em missão de serviço no interior do país, facto que, por si só, desmonta essa narrativa difamatória”, comprova.  NA MIRA DO CRIME

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