Meados de 2017 tem sido o horizonte delineado pelas autoridades angolanas para concluir a obra, financiada pelo China International Fund. Segundo a investigação “Dispendioso novo aeroporto de Luanda Levanta Questões”, publicada no Africa Report por Honoré Banda, é “improvável que o novo aeroporto venha a abrir em breve”.
O trabalho cita um engenheiro angolano que visitou o estaleiro nos últimos meses – a obra parou e a data prevista para a inauguração é irrealista. “Penso que 2017 não é de maneira alguma realista. O futuro do aeroporto depende realmente na construção de infraestruturas de acesso”, afirmou.
Para a ligação da capital ao novo aeroporto no Bom Jesus, província do Bengo, está em estudo a construção de uma auto-estrada e de uma linha ferroviária expresso. O custo total do projeto é estimado em 3 mil milhões de dólares.
Foi a 2 de julho de 2005 que se deu o “lançamento da primeira pedra do projecto” e apresentação de uma “maquete” imponente. Segundo o semanário Angolense, a notícia não chegou a ser emitida na comunicação social do Estado devido a tumultos causados por protestos de camponeses locais.
“Plataforma giratória… de dinheiro”
O governo tem vindo a apresentar o projeto no estrangeiro, como uma futura referência no transporte aéreo no continente, à escala de Joanesburgo. Terá capacidade para receber aviões de muito grande porte, como o Boeing 787 Dreamliner, e 15 milhões de passageiros anualmente.
Tendo em vista a dinamização do transporte aéreo em Angola, a TAAG e a Emirates assinaram em setembro um acordo de gestão, válido por uma década. A capacidade do aeroporto 4 de Fevereiro está esgotada, mas muitos acreditam que poderia ter sido expandida, uma solução mais rápida e menos dispendiosa.
segundo a investigação do Africa Report, o facto de ser dispendioso pode ter justamente sido uma das opções para a escolha. O grande volume de capital movimentado pela obra pode ser uma oportunidade para “uma pequena elite no MPLA enriquecer”.
Segundo fontes locais citadas na investigação, quadros do MPLA e aliados do presidente José Eduardo dos Santos são proprietários de terrenos próximo do novo aeroporto. Um empresário afirma que estes negócios de terrenos são uma “ótima plataforma giratória de dinheiro”.
AM