João Lourenço dirigia-se hoje a empresários espanhóis e angolanos num fórum empresarial que decorre no hotel Epic Sana em Luanda, no qual participa também o rei Felipe VI, que cumpre o terceiro e último dia da sua visita oficial a Angola.
O chefe de Estado angolano falou sobre as oportunidades que as empresas espanholas, com alto grau de internacionalização, oferecem para facilitar a penetração noutros mercado e contribuir para a dinamização e diversificação das exportações angolanas.
Focou-se em particular no setor agroalimentar, “um dos mais fortes da economia espanhola”, cujos produtos angolanos gozam de grande aceitação internacional e encorajou parcerias na indústria agroalimentar e farmacêutico.
“Vamos envidar esforços para construção de um complexo industrial farmacêutico em Angola com potencial para servir o mercado local e países vizinhos, com a qualidade reconhecida dos produtos espanhóis”, frisou.
João Lourenço abordou também as oportunidades noutros setores como as pescas, o comércio, o turismo, energia e água, construção ou telecomunicações e apresentou as possibilidades do programa de privatizações no âmbito do qual já foram alienados mais de 90 ativos.
Discursando perante os cerca de 40 responsáveis de empresas espanholas convidadas, o Presidente angolano disse que o programa “deve continuar a ser executado com mecanismos que asseguram a sua lisura e transparência”, apelando aos investidores espanhóis que considerem estes ativos.
“O nosso Governo manifesta disponibilidade de aprofundar as relações económicas e empresariais entre os nossos dois países”, reforçou, sugerindo trabalhar em conjunto para assegurar financiamento e linhas de crédito para apoiar as exportações, internacionalização de empresas e a expansão de negócios em Angola.
João Lourenço apontou a cooperação mutuamente vantajosa que tem mantido com Espanha e sublinhou o objetivo de ter em Angola uma sociedade justa e equitativa assente em igualdade para todos os cidadãos e com realce para o desenvolvimento humano que garanta o crescimento sustentado da economia.
Neste processo, destacou, Angola tem contado com financiamento da banca espanhola e linhas de crédito que permitiram financiar importantes infraestruturas nomadamente hospitais, centros de investigação em pescas, projetos de eletrificação e abastecimento de água, construção de aeroportos e universidades ou aeronaves para vigilância da costa marítima.
O chefe de Estado notou ainda que apesar das crises que tem afetado a economia mundial, as comunidades empresariais têm demonstrado resiliência e criatividade e mostram-se empenhadas na recuperação do crescimento das economias.
Realçou que Angola recomeçou uma trajetória de crescimento em 2021, que não deve ser interrompida e, por isso, tem dado “passos importantes para criar um clima favorável ao investimento privado”, do qual a confiança é um elemento fundamental.
“Temos estado a trabalhar para restaurar a confiança dos agentes económicos, por isso estamos a aprofundar as bases do Estado democrático e de direito e a consolidar a economia de mercado, promovendo o surgimento de um setor privado forte e competitivo que seja motor de crescimento de Angola”, disse o líder angolano, sublinhando ainda o sucesso do programa de estabilidade macroeconómico.