Mário de Oliveira, que falava hoje após ser empossado no cargo pelo Presidente angolano, afirmou: "[a crítica] é uma atividade que não nos assusta, ele nos ajuda a melhorar e quando construtiva para o progresso é sempre uma atividade salutar".
"Mas é preciso termos em atenção que não vai ser a comunicação social que vai organizar e produzir atividades para serem difundidas, as organizações, de natureza política ou social, precisam de produzir atos que façam com que haja cobertura dos órgãos", respondeu à Lusa, quando questionado sobre alegada falta de contraditório nos órgãos públicos.
"E, então, neste sentido nós não temos qualquer questão, e dizer que a comunicação social continuará a ser uma comunicação para todos", assegurou.
Em declarações no Palácio Presidencial, em Luanda, onde foi empossado o novo Governo (2022-2027), Mário de Oliveira recordou que Angola teve, no mandato anterior, "subida significativa" no ranking da transparência na comunicação social.
"E essa subida é consequência da abertura que foi havendo durante a legislatura anterior, que é para continuar", prometeu.
Partidos políticos na oposição e vários setores da sociedade civil criticam, de forma reiterada, a alegada postura imparcial dos órgãos de comunicação social públicos em "favorecimento" ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975).
O aumento da cobertura dos serviços da comunicação social em todo o espaço do território angolano consta também dos propósitos de Mário de Oliveira, que no Governo cessante exerceu o cargo de secretário de Estado para as Telecomunicações e Tecnologias de Informação.
"Queremos aumentar a cobertura dos serviços em todo o território nacional, que é uma atividade que já vem sendo desenvolvida no executivo anterior, queremos apostar muito seriamente na formação dos nossos quadros", apontou.
Para o subsetor das telecomunicações e tecnologias de informação, o governante angolano garantiu aposta séria visando a expansão da rede nas 18 províncias angolanas.
"Vamos apostar muito seriamente na questão da expansão das telecomunicações em todo o país, nesse momento temos uma cobertura de telefonia móvel na ordem dos 49%, é preciso subir este patamar para níveis mais elevados", notou.
Assinalou igualmente a necessidade de investimentos na cibersegurança e proteção de dados como "itens muito importantes para a vida do país".
"Vamos apostar seriamente nas nossas condições para que as nossas redes, empresas e serviços estejam cada vez mais seguras no domínio da cibersegurança", disse Mário de Oliveira, referindo sobretudo uma aposta nos jovens "para o aumento da literacia digital para a utilização racional e conscientemente as redes sociais em benefício da sociedade".