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Sexta, 02 Setembro 2022 20:17

UNITA acusa militantes do MPLA de vandalizarem sede municipal do Bocoio

A UNITA, oposição angolana, acusa militantes do MPLA, no poder, de terem vandalizado hoje a sua sede municipal do Bocoio, província de Benguela, onde terão queimado viaturas e motorizadas, e roubado computadores, incidente que resultou em 10 feridos.

"Confirmo sim o ato de vandalização do nosso secretariado municipal do Bocoio por elementos do MPLA, que alegadamente estavam no festejo da sua hipotética vitória eleitoral, que tiveram no dia 24 de agosto", disse à Lusa o secretário provincial da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adriano Sapinãla.

Segundo o político, a vandalização da sede municipal da UNITA no Bocoio começou com o arremesso de pedras, que resultou em 10 feridos, dos quais quatro em estado grade, e depois foram queimadas viaturas e motorizadas.

"Estamos agora com um balanço de três viaturas carbonizadas, uma com os vidros quebrados e também quatro motorizadas queimadas e temos nesta altura 10 feridos, quatro em estado grave", explicou.

"Temos também o roubo de 10 computadores, um outro foi queimado no local, retiraram igualmente documentos do nosso secretariado municipal, algo que não compreendemos quais são as motivações", notou.

Imagens nas redes sociais em Angola mostram um grupo de jovens a atirarem pedras à sede municipal da UNITA, viaturas e motorizadas carbonizadas, mesas partidas e diversos documentos queimados no interior das instalações do partido.

Adriano Sapinãla reiterou que a ação "foi praticada por militantes do MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola]", questionando o interesse de se criar um clima de instabilidade neste município, quando estes "hipoteticamente" venceram as eleições de 24 de agosto.

"Então, se eles ganharam as eleições qual é o interesse que têm de criar um ambiente de instabilidade num determinado município? Acho que é uma atitude completamente reprovável que criou danos, inclusive a destruição do nosso secretariado, com danos desde o interior ao exterior", apontou.

O político, que prometeu adotar procedimentos para apurar e responsabilizar os autores, lamentou ainda que a polícia local tenha aparecido "uma hora depois dos incidentes, uma vez que a esquadra está a 30 metros".

"Vamos sim trabalhar para apurar os factos e responsabilizar os autores, porque estamos diante de uma intolerância política completamente reprovável", rematou.

O presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana, Manuel Pereira da Silva, divulgou na segunda-feira a ata de apuramento final das eleições gerais de 24 de agosto, que proclamou o MPLA e o seu candidato, João Lourenço, como vencedores com 51,17% dos votos, seguido da UNITA com 43,95%.

A UNITA protesta os resultados eleitorais e já avançou com uma ação junto do Tribunal Constitucional.

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