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Terça, 21 Junho 2022 21:30

Grupo contratado pelo MPLA protesta na entrega de candidatura da UNITA junto do TC

A entrega ao Tribunal Constitucional (TC), esta terça-feira, 21 de Junho, da candidatura da UNITA às próximas eleições gerais, foi marcada com a presença de alguns cidadãos contratados e financiados pelo general José Tavares do MPLA, fizeram protesto contra a inclusão de Abel Chivukuvuku como candidato à Vice-Presidente da República.

O referido grupo, vestido com as camisolas do principal partido da oposição, em Angola, concentrou-se defronte ao Palácio da Justiça para protestar contra a escolha de Abel Chivukuvuku, cujo nome se encontra o segundo lugar da lista de candidatos a deputado da UNITA.

O manifestantes ostentavam cartazes com dizeres hostis sobretudo a Abel Chivukuvuku, antigo quadro da UNITA que, até recentemente, dirigia a coligação eleitoral CASA-CE, actual segunda força política da oposição, bem como a personalidades de outras formações políticas que também integram a lista da UNITA.

Figuram ainda entre as pessoas visadas alguns dirigentes do Bloco Democrático (BD) liderado por Filomeno Vieira Lopes e de outras sensibilidades que também fazem parte da lista de candidatos da UNITA, através da chamada Frente Patriótica Unida.

Os mesmos cartazes convidavam a direcção do partido a respeitar “o sacrifício dos heróis conhecidos e anónimos da causa da UNITA”, em alusão a veteranos militantes que teriam sido preteridos na lista de candidaturas às próximas eleições gerais.

Segundo o porta-voz dos manifestantes, Rafael Mukanda, a integração de tais figuras estranhas ao partido representa "uma traição e um insulto à memória dos nossos heróis, aqueles que já partiram e aqueles que ainda estão éntre nós".

Mas o secetário-geral da UNITA, Álvaro Chipwamanga Daniel, minimizou a iniciativa, considerando que, num Estado democrático e de Direito, “é normal as pessoas se manifestarem, pois estão a exercer o seu direito de manifestação”.

Em declarações à imprensa depois da entrega do processo de candidatura, Álvaro Daniel referiu ainda que muitos desses cidadãos que se manifestaram defronte à sede do TC “nem sequer são militantes do partido”.

Ainda que o fossem, prosseguiu, “não representam a milésima parte” dos militantes do partido.

Afirmou que a lista de candidatos da UNITA a deputados e a Presidente e Vice-Presidente da República “é de transição geracional e de inclusão, reunindo várias sensibilidades politicas e da sociedade civil”.

Acrescentou que muitas das figuras históricas do partido como Isaías Samakuva, Lukamba Gato, Kamaluta Numa outros "cederam voluntariiamente" os seus lugares para permitir a entrada no Parlamento de candidatos mais novos.

Sobre alegações de eventual divisão no seio do seu partido entre apoiantes e contestatários do seu actual líder, disse tratar-se de “uma invenção de alguém que a nós não preocupa”.

“Ela representa uma manifestação de racismo e não estamos aqui para defender racistas”, esclareceu, acrescentando que a candidatura da UNITA “é de angolanos para angolanos e nela se reflecte a vontade de se operar a mudança no país".

A lista da UNITA é liderada por Adalberto Costa Júnior e Abel Chivukuvuku, respectivamente como candidatos à Presidência e à Vice-Presidência da República.

A UNITA (União Nacional para Independência Total de Angola) é o segundo maior partido de Angola e a maior formação política da oposição no país, detendo actualmente 51 deputados num Parlamento de 220 assentos.

Foi fundada, em 13 de Março de 1966, por dissidentes da FNLA e do GRAE (Governo de Resistência de Angola no Exílio) de que Jonas Savimbi, seu fundador, era ministro das Relações Exteriores.

Segundo dados, Jonas Savimbi e António da Costa Fernandes fundaram o então movimento guerrilheiro, em Muangai, na província do Moxico, no leste de Angola, na presença de outros 200 delegados.

Com a entrega da sua candidatura, a UNITA passa a ser a quarta formação política a cumprir com este pressuposto legal para concorrer às eleições gerais de Agosto próximo, a pouco menos de quatro dias do fim do processo iniciado a 06 de Junho corrente.

Antes da UNITA, submeteram os seus processos à apreciação do TC o MPLA, a CASA-CE e a Aliança Patriótica Nacional (APN), partido sem assento parlamentar.

As próximas eleições serão as quintas na história de Angola depois das de 1992, 2008, 2012 e 2017.

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