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Terça, 14 Dezembro 2021 10:25

Carlos Rosado contraria JLO e diz que a fome em Angola é absoluta e não relativa

O economista angolano, Carlos Rosado de Carvalho, disse que os dados sobre a fome em Angola não são nada relativos, contrariando nesta segunda-feira, 13 de Dezembro, os pronunciamentos do presidente da República, João Lourenço, aquando do encerramento no último sábado, 11 de Dezembro, do VIII Congresso Ordinário do MPLA.

De acordo com o economista, a fome não é relativa, começando por definir a fome precisa como é classificada pela agência das Nações Unidas para a Alimentação que é FAO, definindo fome de subnutrição, uma condição de um indivíduo cuja alimentação habitual é insuficiente para fornecer em média a quantidade de energia dietética necessária para manter uma vida normal, activa e saudável.

Sintetizando, o indivíduo nestas condições, não se alimenta o suficiente para ter uma vida normal, activa e saudável, sendo por isso impossível que haja, no caso específico alguma relatividade, pois trata-se de um conceito que já está definido.

Carlos Rosado fez saber que, no período de 2018 à 2020, segundo dados num relatório da FAU, havia 5,5 milhões de angolanos com fome, o que não é de modo nenhum número relativo mas sim absoluto.

"Devíamos ter estes números a nível mas portanto a nível internacional estes números não são divulgados. Este relatório da FAU não nos diz qual é a distribuição dentro do país da fome, no entanto sabemos e temos esses números absolutos", realçou.

Em termos de comparação que o economista apresentou, este número corresponde a 17,3 % da população, daí que considerou inconcebível quando se classifica como relativo um fenômeno que abrange 17,3 % da população.

"Enfim, não sei francamente o que dizer", exprimiu.

Comparativamente ao conjunto da África Austral, o analista afirmou que a percentagem de pessoas que têm fome em Angola é mais do dobro do que as pessoas que passam fome na África Austral.

Vale lembrar que, durante o discurso de encerramento do VIII Congresso Ordinário do MPLA, que reelegeu João Lourenço à presidência, este mesmo estadista classificou a fome em Angola, como uma questão relativa.

"Fala-se de fome e os nossos adversários hoje acordam de manhã e a noite a cantar uma música: fome, fome, fome. A fome é sempre relativa. O país já tem muita produção de bens alimentares. Talvez, por conveniência própria, por conveniência política, lhes convenha repetir incessantemente a palavra fome. Mas, eu diria que o grande problema de Angola, se quisermos ser mais precisos, é o pouco poder de compra dos nossos cidadão, fruto de um conjunto de factores", afirmou João Lourenço, durante o seu discurso no estádio 11 de Novembro, em Luanda, por ocasião do encerramento das actividades do VIII Congresso Ordinário do MPLA.

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