Depois da audiência com o chefe de Estado angolano, o primeiro-ministro português, António Costa, afirmou que não conversou com João Lourenço a cerca do empresário luso-angolano e genro de Agostinho Neto, Carlos São Vicente, preso em Angola.
Segundo informações que Angola24Horas teve acesso, a família do empresário luso-angolano, Carlos São Vicente, enviou nesta segunda-feira, um apelo urgente ao primeiro-ministro português, António Costa que se encontrava no território francês com o presidente angolano, João Lourenço.
A solicitação, tinha como principal objectivo que António Costa incluísse o tema da prisão "indevida" de Carlos São Vicente na agenda da sua conversa com o presidente João Lourenço, a qual decorreu esta terça-feira, 18 em Paris, à margem da reunião sobre o futuro das economias africanas.
Na carta dirigida pela família de São Vicente, o filho e a mulher, Irene Neto, filha do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, ao actual chefe do Governo de Portugal, foi destacado, entre outros argumentos, o facto de Carlos São Vicente ser, justamente, cidadão português.
Na carta, se acrescentou ainda um parecer do constitucionalista Jorge Miranda, que denunciou a forma como a prisão preventiva do empresário "ofende elementares princípios do Estado democrático de Direito", o que considera violar a Constituição angolana.
O documento, incluía igualmente uma chamada de atenção a António Costa para a saúde, cada vez mais precária do empresário detido na Cadeia de Viana, em Luanda, desde 22 de Setembro de 2020, e acrescentando que é "chegada a altura de o Estado português se manifestar diplomaticamente ao mais alto nível sobre uma situação que está a ser seguida em todo o mundo, envolvendo um cidadão seu.
A família Neto, no mesmo apelo urgente a António Costa, chamou a atenção para a situação de Ivo São Vicente, o filho mais velho de Carlos São Vicente e Irene Neto, também cidadania portuguesa, investidor e que tem actualmente mais de meia centena de empregados em Portugal com ordenados em atraso, dívidas pendentes a bancos, ao Estado e a fornecedores, "devido à situação criada pela PGR angolana".
Refira-se que, na referida carta, a família agradeceu antecipadamente ao primeiro-ministro português, António Costa, pelas diligências a seu favor no decorrer do encontro com o presidente angolano, em França.