“Independentemente das razões na base das quais o Presidente eleito foi deposto, repudiamos e desencorajamos esta forma de forçar a alternância do poder.”, disse João Lourenço no Twitter.
Acompanhamos com atenção os últimos acontecimentos no Mali.
— João Lourenço (@jlprdeangola) August 19, 2020
Independentemente das razões na base das quais o Presidente eleito foi deposto, repudiamos e desencorajamos esta forma de forçar a alternância do poder.
O mandatário angolano acrescentou que “Em pleno século XXI, África deve seguir o exemplo da América Latina, que conseguiu ultrapassar com sucesso, o trágico período dos sucessivos golpes de Estado dos anos 70”.
Esperamos que com o envolvimento direto da União Africana, se encontrem os melhores caminhos para a saída da crise. Neste momento crítico para o Mali, nossa total solidariedade para com o povo maliano, disse presidente angolano, João Lourenço.
O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, renunciou nesta terça e anunciou a dissolução do Parlamento após militares amotinados prenderem ele e o premiê Boubou Cissé, mergulhando um país que já enfrenta uma insurgência jihadista e grandes protestos em massa em uma crise ainda mais profunda.
Em um breve pronunciamento transmitido pela TV estatal, Keita, com aparência cansada e de máscara, disse que "não quer que sangue seja derramado para que ele se mantenha do poder".
"Se hoje certos elementos das Forças Armadas querem que isso acabe por meio de uma intervenção, eu realmente tenho escolha?", questionou ele da base militar de Kati, onde havia sido detido no início do dia.
Não há acusações formais contra Keita e não está claro quem está no comando do Mali neste momento, assim como não se sabe ao certo quem são os autores da ação realizada nesta terça.
De acordo com o grupo de oposição M5-RFP, que lidera os protestos pela renúncia de Keita e Cissé desde o dia 5 de junho, o que está ocorrendo no país "não é um golpe militar, mas uma insurreição popular".