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Quinta, 12 Setembro 2019 17:35

ONU diz que alterações climáticas matam diariamente em Angola

As Nações Unidas anunciaram hoje que morrem diariamente pessoas em Angola em consequência das mudanças climáticas, considerando que esta é uma razão imperativa para "mobilização acelerada de recursos" para mitigação e adaptação ao fenómeno.

"De acordo com a última avaliação feita pelo Ministério da Agricultura, temos as comunidades avaliadas nas três províncias do Cunene, Huíla e Namibe em fase 3 ou 4 do IPCC (Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas), que quer dizer que morrem 0,5 por 10.000 pessoas por dia devido à mudança climática no país", afirmou hoje Paolo Baladelli, coordenador residente das Nações Unidas em Angola.

Segundo o responsável, que falava, em Luanda, na abertura do primeiro Diálogo Nacional sobre o Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla inglesa), a situação deve constituir preocupação das autoridades para "mobilização acelerada de recursos".

"Esta é uma das tantas razões imperativas para mobilizar de uma forma acelerada os nossos recursos para focar de uma forma muito atenta sobre a mitigação e adaptação da mudança climática", alertou.

A zona sul de Angola, nomeadamente as províncias do Cunene, Cuando-Cubango, Huíla e Namibe estão afetadas desde finais de 2018 por uma seca severa, situação que levou o Presidente angolano, João Lourenço, a deslocar-se àquela região, em maio passado.

O ambiente é fundamental para a sobrevivência do ser humano e tem ligações com todas as metas de desenvolvimento sustentável para a Agenda 2030, definida pelas Nações Unidas, porque, realçou, o ambiente podem ter um impacto muito grande na erradicação da pobreza, na eliminação da fome, saúde, educação, entre outras.

"Não há espaço para ineficiência e realmente a população angolana é um foco, então este vai ser um terreno bom, ou seja, temos o contexto facilitador para poder realmente mudar as coisas", sublinhou.

O primeiro Diálogo Nacional sobre o Fundo Verde para o Clima é promovido pelo Ministério do Ambiente angolano e seus parceiros nacionais e estrangeiros e decorre sob o lema "Juntos para Resiliência Nacional".

Alterações climáticas são “ameaça séria à estabilidade social e económica” de Angola – Governo

O Governo angolano reconhece a vulnerabilidade do país às alterações climáticas e refere que constante variação climatérica com "recorrentes secas, inundações e aumento da temperatura" constitui uma "ameaça séria à estabilidade social, económica e ambiental" do país.

Segundo uma nota do Ministério do Ambiente angolano, distribuída hoje durante o primeiro Diálogo Nacional sobre o Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla inglesa), "os indicadores apontam que a situação tende a piorar".

"Pois é o momento de agir agora", refere-se no documento.

A zona sul de Angola, nomeadamente as províncias do Cunene, Cuando-Cubango, Huíla e Namibe estão afetadas desde finais de 2018 por uma seca severa, situação que levou o Presidente angolano, João Lourenço, a deslocar-se àquela região, em maio passado.

Em abril, o Conselho de Ministros aprovou um pacote financeiro de 200 milhões de dólares (181,4 milhões de euros) para solucionar problemas estruturantes ligados aos efeitos destrutivos da seca no sul de Angola.

Inundações, secas, erosão dos solos e aumento do nível das águas do mar são apontados pelas autoridades como os principais efeitos a nível nacional.

O documento observa que Angola tem registado um "ciclo recorrente de secas e inundações" que tem vindo a afetar de forma diferenciada as várias regiões do país "com consequências ao nível ambiental, social e económico".

As autoridades angolanas promovem em Luanda este primeiro Diálogo Nacional sobre o Fundo Verde para o Clima no âmbito da sua política sobre a Sustentabilidade Ambiental inserida no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022.

A "salvaguarda do património natural" é um dos propósitos do encontro que decorre sob o lema "Juntos para Resiliência Nacional" e se propõe avaliar o potencial contributo do fundo para o plano de desenvolvimento e criar um grupo de trabalho multissetorial como Plataforma Nacional "para promoção e boas práticas".

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