Segundo Adalberto Costa Júnior, os técnicos sul-africanos deverão chegar apenas hoje a Luanda para entregarem os resultados, para que se possa realizar o ato, que, com o atraso, deverá acontecer "uma semana ou duas depois de 25 de maio", Dia de África, data admitida pelo partido para a realização das cerimónias.
"Chegados cá, a UNITA e a família estão à espera da disponibilidade do Governo, para, em conjunto, poderem fazer a abertura dos envelopes, tal como foi acertado no início de toda esta questão", disse o presidente do grupo parlamentar da UNITA, em declarações hoje à agência Lusa.
Adalberto Costa Júnior disse que o Governo já informou o maior partido da oposição angolana que recebeu os seus resultados, "um pouco antes da informação que a UNITA e a família receberam".
A data de referência, que dependeria de até 30 de abril terem os resultados, foi alterada, porque a resposta chegou depois, o que implica, defendeu o dirigente da UNITA, que a cerimónia aconteça "eventualmente uma semana ou duas para além de 25 de maio".
"Mas isto dependerá, mais uma vez, daquilo que for acertado em definitivo no encontro em que forem abertos os envelopes e da concertação definitiva entre o Governo, a família [de Jonas Savimbi] e a UNITA", frisou.
A UNITA criou uma comissão que trata de toda esta matéria, informou Adalberto Costa Júnior, salientando que o programa é muito grande.
"Jonas Savimbi não foi uma pessoa qualquer, não foi uma pessoa pequena e o seu funeral está a suscitar um interesse muito grande, de muita gente acompanhar", sublinhou.
"Há uma comissão que trata das exéquias no seu todo e há uma comissão executiva que, de certeza nos próximos dias, vai partilhar, com muito rigor, o conteúdo do programa que está elaborado. De dezembro para cá, a UNITA dedicou-se, criou imensas comissões, trabalhou-se e continua a trabalhar-se. Temos praticamente hoje as questões globais garantidas para podermos prestar a Jonas Savimbi uma adequada homenagem", referiu.
O interesse dentro e fora do país de participação na cerimónia é "sem dúvida elevado", garantiu o político.
A cerimónia de exumação e recolha de amostras dos restos mortais do líder fundador da UNITA, morto em combate a 22 de fevereiro de 2002, realizou-se a 31 de janeiro, no Luena, província do Moxico, onde estava sepultado desde a sua morte.
O Governo angolano garantiu no início de janeiro estarem criadas as condições para a exumação dos restos mortais de Jonas Savimbi, mas avisou que o funeral não terá honras de Estado, uma vez que o antigo presidente da UNITA "não pertencia à família governamental quando faleceu".
O posicionamento do Governo, segundo Rafael Massanga Savimbi, filho de Jonas Savimbi, não preocupa "a família e muito menos a direção do partido", porque, observou, o pai "não é reconhecido por decretos".
"Para figuras marcantes como ele, o mais importante é o reconhecimento do povo em geral, sobretudo pela sua contribuição", realçou.
As cerimónias fúnebres de Jonas Savimbi, 17 anos após a sua morte, estão previstas para Lopitanga, província angolana do Bié, onde o resto da família está sepultada.
