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Sábado, 02 Março 2019 15:14

TS termina audição aos dez arguidos do julgamento "Burla Tailandesa"

O Tribunal Supremo de Angola terminou sexta-feira a audição do último dos dez réus no julgamento do caso conhecido como "Burla Tailandesa", de tentativa de burlar o Estado angolano em 50.000 milhões de dólares, processo ainda longe do desfecho.

O julgamento começou a 17 de janeiro deste ano, mas apenas na sexta-feira terminou a audição dos dez réus - quatro tailandeses, quatro angolanos, um eritreu e um canadiano - porque o último dele, o tailandês Theera Buapeng, apenas fala a língua nacional da Tailândia, tendo o tribunal tido dificuldades para encontrar um intérprete.

Após sucessivos adiamentos para a audição do réu, foi possível fazê-lo com a chegada de uma tradutora, tendo Theera Buapeng reafirmado em tribunal a autenticidade do cheque de 50 mil milhões de dólares.

Ao juiz, o arguido tailandês disse que o valor em causa, pertencente à empresa Centennial Energy, de Raveeroj Ritchoteanan, serviria para os investimentos em Angola e que está depositado no Banco Nacional das Filipinas, em Nova Iorque, papel financeiro que as autoridades angolanas alegam ser falso.

Na segunda-feira, está previsto que se retome a audição dos 38 declarantes arrolados ao processo, entre eles a diretora da Unidade de Informação Financeira (UIF), um antigo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), dois ex-comandantes gerais da Polícia Nacional e o diretor do Serviço de Migração Estrangeiros (SME), além de outros altos funcionários do Estado angolano.

O caso remonta a 2017, quando, em finais de novembro, chegou a Angola uma delegação de supostos investidores estrangeiros, provenientes da Tailândia, com uma carta-convite do diretor da Unidade Técnica de Investimentos Privados (UTIP), Norberto Garcia, igualmente arguido e em prisão domiciliária desde setembro de 2018, entregue pela arguida angolana, Celeste de Brito, para investirem no país.

Em fevereiro de 2018, as autoridades policiais angolanas procederam à detenção dos réus, após alertados pela Unidade de Informação Financeira (UIF) sobre a falsidade do cheque.

Em prisão preventiva encontram-se quatro tailandeses, dois angolanos e um eritreu, enquanto em prisão domiciliária estão dois dos angolanos, com o canadiano a aguardar e liberdade, mas retido em Luanda.

O grupo é acusado dos crimes de burla por defraudação na forma frustrada, auxílio à imigração ilegal, tráfico de influência, associação criminosa, falsificação de documentos e uso de documentos falsos.

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