A posição foi assumida por José Eduardo dos Santos durante a visita que hoje efetuou à província de Uíge, onde presidiu à décima reunião ordinária da comissão económica do conselho de ministros.
A propósito do plano de desenvolvimento daquela província do norte de Angola para até 2017, o Chefe de Estado apontou que o documento "parece precisar de mais estudo" ao nível das fontes de financiamento público.
Partindo precisamente do caso daquela província, José Eduardo dos Santos explicou a situação do país e a dependência do setor petrolífero, que segundo dados desta semana representa mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) angolano.
"Nós temos uma economia de enclave. Isto é, uma economia excessivamente dependente do petróleo. Definimos uma política de diversificação [da economia] que vai levar algum tempo, mas não podemos continuar a pensar que as receitas provenientes do setor petrolífero vão continuar a financiar tudo", afirmou, na abertura da reunião descentralizada do conselho de ministros.
Em contrapartida, José Eduardo dos Santos defendeu um "desenvolvimento sustentável" através de uma "economia autocentrada". Ou seja, "que valoriza os recursos existentes num determinado país", apontando ainda a "formação de capital humano" como objetivo.
"Sem o homem preparado, para encarar os desafios que a sociedade apresenta e vencê-los, não será possível realizar as nossas intenções, plasmadas nos planos de desenvolvimento", disse.
Angola produziu mais de 142 milhões de barris de petróleo entre janeiro e março, valor que até final deste ano deverá atingir os 655 milhões de barris, segundo a previsão do Governo.
O crude representa 97% das exportações e 80% da receita fiscal, mas a indústria petrolífera emprega apenas 1% da população.
Lusa